Capa da Vogue Brasil em agosto, Anok Yai recoloca modelos negras na Prada

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Reprodução do Instagram

Em um agosto qualquer – sem data simbólica que motive a abordagem -, a revista “Vogue Brasil” decidiu publicar uma capa com dois modelos negros. Em uma tentativa de fazer um realinhamento editorial após a festa racista organizada por sua ex-diretora de redação Donata Meirelles, a revista produziu este mês um editorial com Anok Yai e Alton Mason para falar sobre o que há de mais novo no mundo da moda atualmente.

Anok Yai, para quem não conhece, é a mais nova promessa das passarelas. Descoberta através do Instagram, em quatro meses a egípcia se tornou a primeira modelo negra a desfilar para a Prada desde Naomi Campbell, em 1997. Aliás, a supermodelo a escreveu para dar parabéns pela conquista.

“Eu me assustei – eu não sabia o que fazer! E quando fui para a Vogue House eu estava com medo de que ela estivesse lá. Eu não sei o que eu faria se a conhecesse”, diz a jovem em entrevista para a Vogue Inglesa, sacando seu telefone para encontrar a mensagem. “Ela me disse para continuar como sou agora, e a coisa toda foi louca porque eu a vi crescer tanto. Eu ficava sentada no YouTube por horas assistindo vídeos dela. A primeira vez que a vi foi no ‘Victoria’s Secrets Show 2003’ e foi um despertar. Foi quando eu soube que queria ser modelo. Ela parecia tão bonita e confiante – eu queria ser exatamente como ela “.

Reprodução do Instagram

Nascida no Egito e com ascendência sudanesa, Anok Yai cresceu em New Hampshire, nos Estados Unidos, assistindo o reality show televisivo “America’s Next Top Model” e olhando revistas, mas nunca achou que pudesse fazer parte dessa indústria. 

“Eu era a moleca, alta, magra e desajeitada. Jogava basquete, vôlei e praticava atletismo… Se eu não fosse modelo, provavelmente estaria jogando basquete para um time de faculdade agora”, comenta a artista, que viu sua vida mudar de um dia para o outro após um evento na Howard University, em Washington, onde estudava. 

“Quando eu estava saindo, um fotógrafo começou a tirar fotos. Ele pediu minha conta no Instagram e me disse que achava que a foto ia se tornar viral. Eu não pensei em nada até o dia seguinte, quando meu telefone começou a explodir. Meu primeiro pensamento foi que meus amigos tinham colocado uma foto minha embaraçosa no Twitter e eu pensei que me tornaria um meme. Eu fiquei muito feliz quando descobri que não era isso. Comecei com 150 seguidores no Instagram e naquela noite foram 30.000. Na noite seguinte, foram 50 mil e depois comecei a receber ligações de agências”.

Reprodução Instagram

Antes da “Vogue Brasil”, a modelo já estrelou a capa das edições Italiana e coreana da publicação e estará na japonesa do mês de setembro. Anok conta que até ver a repercussão do desfile que fez para a Prada não tinha pensado sobre ser apenas a segunda negra a se apresentar pela marca.

“Hoje, as modelos de pele escura têm feito mais desfiles, o que é uma enorme conquista. Mas é preciso que isso se torne algo normal e não um acontecimento”.

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