Mulheres negras aparecem em apenas 4% das campanhas publicitárias, afirma pesquisa

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mulheres negras são minoria em publicidade

Pessoas brancas representam 78% das publicidades, sendo que 55,8% dos brasileiros são considerados negros, como aponta pesquisa do IBGE

Mulheres negras. Foto: TréVoy Kelly/ Pixabay

De acordo com pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos de Ação Afirmativa (Gemaa) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) os pretos e pardos, negros, representam 16% das figuras humanas em publicidade. Já as mulheres negras aparecem em apenas 4% das propagandas.

O grupo analisou a diversidade de anúncios publicados na revista de maior circulação nacional no período, a Veja, durante 30 anos, entre 1987 e 2017. Para a pesquisa foram usadas 370 edições da revista e analisados um total de 13 mil figuras humanas.

Em 1987 os brancos representaram 84% das publicidades, já os negros eram 9%. Em 2017, os brancos eram 78% e negros 16%. Os dados demonstram que, no total de 30 anos, mulheres negras estão no grupo que menos apareceu nas propagandas. A pesquisa leva em consideração fotos e representações gráficas.

Quando os dados de etnia e gênero são cruzados a desigualdade é ainda mais evidente. Em 30 anos, 46% das campanhas tinham homens brancos, 37% mulheres brancas, 8% de homens negros, 4% de mulheres negras e 6% outros.

Os brancos são maioria em todos os tipos de anúncios e empresas, mas estão menos presentes em anúncios governamentais. As mulheres brancas são maioria no anúncio de jóias e homens brancos em anúncios de automóveis, 82% e 56% respectivamente. Mulheres brancas também ocupam 64% das propagandas de cosméticos e as negras apenas 5%. Para acessórios e automóveis a imagem de mulheres negras não foram identificadas ou tiveram aparição com quantidade inexpressiva, pois a porcentagem sequer foi registrada.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2018, 55,8% dos brasileiros são considerados negros, somando os números de pretos e pardos. O estudo está disponível no site do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa.

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