A Braskem e o governo de Alagoas firmaram um acordo de R$ 1,2 bilhão pelos danos ambientais e sociais provocados pelo afundamento do solo em Maceió, consequência da extração de sal-gema realizada pela empresa em diversos bairros da capital. O valor, considerado baixo por parte das vítimas, será pago em dez parcelas anuais até 2030.
A petroquímica afirmou que já repassou R$ 139 milhões do total e que as demais parcelas serão corrigidas ao longo dos anos. O acordo, que ainda precisa de homologação judicial, prevê compensação, indenização e ressarcimento ao Estado. Com isso, será encerrada a ação movida pelo governo alagoano contra a companhia.

Em nota, a Braskem declarou que o entendimento representa “um importante avanço diante dos impactos do evento geológico em Alagoas”. A empresa, que tem faturamento de R$ 54 bilhões, segundo dados publicados em seu próprio site, é acusada de ter destruído bairros inteiros de Maceió e forçado o deslocamento de mais de 60 mil pessoas.
O diretor da Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Maurício Sarmento, afirmou ao g1 que a empresa “destruiu Maceió e inviabilizou o desenvolvimento da cidade”. Ele lembrou que o próprio governo estimou os prejuízos em R$ 30 bilhões, mas aceitou um acordo de apenas R$ 1,2 bilhão.
Sarmento também criticou o fato de o Estado planejar investir cerca de R$ 5 bilhões na reconstrução da capital, “um gasto que deveria ser integralmente custeado pela Braskem”.
A exploração de sal-gema começou na década de 1970, e as primeiras rachaduras surgiram em 2018. Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil confirmou que a atividade da Braskem provocou o afundamento do solo. A empresa encerrou as minas, mas segue sendo investigada e alvo de ações judiciais.
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