A história perto de nós: Quilombo da Pedra do Sal

Quilombo da Pedra do Sal – Foto: Agência Brasil

O Centro do Rio de Janeiro abriga centros históricos valiosos para a cultura negra. Alguns deles são conhecidos do grande público – outros nem tanto. E alguns outros ainda sofrem com o descaso público e vemos a cada dia suas estruturas se ruírem cada vez mais. Entre essa mescla, está um dos redutos mais queridos e abraçado pelos cariocas: o Quilombo da Pedra do Sal. Próximo à Praça Mauá, fazendo parte do circuito da Pequena África, o que de dia pode parecer calmo ganha vida tradicionalmente às segundas-feiras à noite. Ali, aos pés do Morro da Conceição, a Roda de Samba da Pedra do Sal completou uma década este ano.

Mas voltando um pouco mais na história: o local já foi um grande mercado de escravos e escolhido como moradia por grupos baianos, por ter moradia barata e ser próximo ao cais do porto. Era também o local de embarque e desembarque de sal, utilizado na fabricação de couro e conserva da carne. A união desses fatores foi importante para o estabelecimento da cultura afro.

A Pedra do Sal era considerada local sagrado para despachos e oferendas de religiões africanas. Entre as festas nas casas de escravos e ponto de encontro certo entre sambistas, chorinho e samba conviviam em harmonia. Não à toa a Pedra do Sal é conhecida como o berço do chorinho carioca.
Hoje, além das rodas de samba segunda-feira à noite (que ocorrem por vezes aos fins de semana, mas não é a “original”), turistas e jovens dos arredores são atraídos por rodas de capoeira, blocos de carnaval, exibições de filmes e palestras. Tudo que mantenha a cultura viva.

O reconhecimento

Em julho deste ano, foi publicado no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro o decreto que determina o registro do Quilombo Pedra do Sal como Bem Cultural de Natureza Imaterial da cidade. O registro deve ocorrer no prazo máximo de um ano. Porém, no mesmo mês, o prefeito Marcelo Crivella vetou um projeto de lei que declarava o local como Patrimônio Cultural Imaterial do município, alegando que a proteção de bens imateriais compete apenas ao Poder Executivo. O prefeito foi alvo de críticas. Em 1984, a Pedra do Sal foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, tida como monumento histórico cultural religiosa da cidade do Rio de Janeiro.

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