“Preto marginal”: Vigia denuncia paciente por injuria racial em hospital no Rio

1_tapa_em_vigia-30440743.webp

O vigia Otoniel da Silva Lopes, de 42 anos, foi vítima de agressões racistas em quanto estava em serviço. O fato ocorreu no Hospital Casa são Bernardo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Lopes denunciou a mulher que se recusou a tirar o veículo particular da vaga destinada para às ambulâncias.

O caso aconteceu no último domingo, mas ganhou as redes sociais nesta terça-feira. Ele conta que foi agredido verbalmente. “Me chamou de preto, marginal, favelado, safado. Disse que era pra devolver o telefone, o cordão de ouro dela. Foi uma situação bem difícil, bem constrangedora. Apesar do descontrole dela, quando ia proferir certas palavras, assim mais ofensivas, ela falava baixo. Ela falava olhando nos olhos”, disse .

Otaniel Lopes foi agredido por Ana Cláudia Arantes – Foto: Reprodução/Redes sociais

De acordo com a denúncia, outros colegas teriam pedido para Ana Claudia Arantes retirar o veiculo, quando Otaniel pediu para que retirasse, ela atendeu o pedido. Arantes passou por cima dos cones de sinalização que estavam no local.

“Quando eu fiz a solicitação, ela pegou, tirou o veículo, mas jogou em cima de mim, quase me atropelou. Quebrou os cones que ficam fazendo a sinalização lá da área onde é feita a carga e descarga”, relata Otoniel.

Ainda segundo o vigia, ela entrou na recepção do hospital gritando e acusando os seguranças de roubo. “Ela entrou no hospital gritando, falando que tinha sido assaltada e que era pros seguranças darem o telefone, o cordão de ouro dela, que ela tinha sido assaltada e começou a agredir os outros”, informa.

O vigilante conta que tentou minimizar a confusão para que Claudia não atacasse outros pacientes, quando algumas pessoas começaram a filmar. A Polícia Militar foi acionada e levou as testemunhas para 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado.

Lopes falou da importância de denunciar casos assim. “Não deixar a situação em branco é a melhor coisa para que as pessoas tomem consciência que isso não é bom, que isso é errado e que a punição é gravíssima para quem comete esse tipo de ato”, reforça.

A Polícia Civil informou que a mulher foi presa em flagrante pelo crime de injúria racial. As investigações continuam para esclarecer os fatos. Em nota, a Rede Hospital Casa se manifestou dizendo não compactuar com qualquer ato de discriminação e lamenta o ocorrido contra o colaborador.

A Lei 7.716/89, conhecida com Lei do Racismo, pune todo tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade.

Leia também: Mulher que disse odiar preto em lanchonete no Rio é indiciada por racismo e mais dois crimes

Deixe uma resposta

scroll to top