Polícia investiga racismo na Uerj de São Gonçalo (RJ); adesivo no banheiro pede ‘estupro de pretas’

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Entrada dos candidatos para o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro(UERJ), na zona norte do Rio.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma denúncia de racismo contra uma aluna na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no campus São Gonçalo. O caso ocorreu no último dia 4 de agosto e foi registrado na 73ª Delegacia de Polícia (Neves) como injúria racial e ameaça. Segundo a Polícia, a agressora seria uma colega de turma da vítima. Além deste caso, alunos denunciam que mensagens racistas foram coladas em um banheiro na instituição.

O adesivo escrito à caneta e com os dizeres “#fim das costas” e #estupro de pretas” foi colado no banheiro masculino do bloco A, depois que alunos protestaram contra a ofensa racista sofrida pela estudante de pedagogia.

A Uerj informou que lamenta o episódio de racismo e afirmou ter prestado todo apoio à estudante agredida. “A aluna foi acompanhada à delegacia por um professor e uma assistente social da universidade, para prestar queixa. A instituição irá acompanhar atentamente o caso”, disse em nota. 

A Polícia Civil disse que está ouvindo testemunhas por causa da aluna que sofreu racismo na instituição. Já com relação aos adesivos, a polícia disse que a Uerj não registrou o caso.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi a primeira instituição de ensino superior a adotar o sistema de cotas. O processo de implementação bem sucedido serviu de inspiração para a lei federal que regulamenta as cotas no ensino público. Desde 2000, há cotas para alunos de escolas públicas e em 2001, começou o programa de cota racial.

Repúdio

O Centro Acadêmico de pedagogia (CAPED), por meio de suas redes sociais, repudiou a mensagem racista e misógina. “É inaceitável que isso aconteça em qualquer espaço e, neste caso, tem um pesar a mais: o fato de estar acontecendo em um campus de formação de professores, que em sua maioria saem da universidade para lecionar na educação pública”, afirmou em mensagem publicada ontem.  

Sobre as mensagens racistas e misóginas, a Uerj afirmou que farão parte da investigação policial e da apuração administrativa interna da universidade. Já a Polícia Civil afirmou que ainda não foi registrada ocorrência a respeito desses cartazes. 

Com informações da Agência Brasil

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