Movimento negro organiza manifestação contra despejo do Instituto Palmares, nesta quarta-feira

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Representantes do Instituto Palmares querem a casa de volta Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

Funcionando há 30 anos no mesmo prédio, o Instituto Palmares de Direitos Humanos (IPDH) foi despejado nesta terça-feira, 29 de janeiro. A justiça pediu a desocupação do imóvel, localizado na Lapa, no Centro do Rio, onde são oferecidas aulas de capoeira, ateliês de teatro, dança afro, percussão, seminários e cursos preparatórios comunitários. Sempre promovendo a cultura africana.

Para protestar contra a expulsão sem aviso prévio, o IPDH convoca todo o movimento negro fluminense para uma manifestação nesta quarta-feira (30), às 14h, na porta do Instituto. O endereço é Rua Mem de Sá 39, Lapa.

A ordem de reintegração de posse foi expedida um dia antes reunião dos representantes da ONG  com a Secretaria da Cultura, marcada para o dia 30. 

Representantes do Instituto Palmares querem a casa de volta Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

Catarina de Paula, presidenta do IPDH fala sobre o impacto da decisão: “Meus amigos, companheiros, é um momento muito difícil para todos nós. Eu acho que agora era hora de nós nos unirmos para mostrar para o governo que nós não estamos sozinhos, que nós não somos um povo desunindo. Estão tirando a nossa casa, nós não tivemos informação que aconteceria isso dessa forma. Nós tivemos uma visita técnica agendada para amanhã às duas horas da tarde. A secretaria não nos comunicou dessa integração de posse. Então nos queríamos, assim, que todos que pudessem estar aqui a a partir das duas horas da tarde, estivessem aqui. A nossa luta é a só nossa a presença. É a única coisa que nós podemos fazer é estar presente aqui e mostrar para eles como essa casa é importante para nós. A nossa luta é só a nossa presença”.

Todos os objetos, artigos, mobiliários e itens que foram investidos pelo Coletivo Encontro Preto e pela Presidenta Catarina de Paula, foram colocados na rua. Em 2011, o local pegou fogo e não teve nenhum apoio governamental para sua reestruturação. Inúmeras ações para salvar o espaço foram feitas ao longo dos anos. O Estado entrou com processo de reintegração de posse que estava em tramitação no Tribunal de Justiça.

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