Ministério Público pede condenação de Júlio Cocielo por racismo

julio-cocielo-apresenta-programa-galera-esporte-clube-na-rede-tv-1628712572627_v2_900x506.jpg

O Ministério Público Federal (MPF) afirmou nesta quarta-feira (03) que pediu a condenação do influenciador e youtuber Júlio Cocielo, por conta de várias publicações feitas no X (antigo Twitter), entre 2011 e 2018. Em nove delas, o MPF reconhece nove vezes em que Cocielo teria cometido racismo, na rede. 

Um delas foi um comentário feito por Cocielo em 2018, durante a Copa do Mundo, sobre o jogador Mbappé. Na época, o youtuber disse: “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia, hein”. O MPF afirma “esperar a condenação do influenciador digital” a partir do artigo 20 da Lei nº 7.716/89, a Lei do Racismo, que prevê pena de reclusão de um a três anos e multa.

MPF pede condenação de influencer por supostas declarações racistas /Foto: Divulgação

Ainda sim, o MPF afirma que a pena pode ser maior, caso cada publicação ofensiva seja considerada, além do agravante de terem ocorrido na internet. Após este caso do jogador francês, Cocielo chegou a se pronunciar. “Após a repercussão negativa, Cocielo apagou cerca de 50 mil tweets de seu perfil e lançou um texto com pedido de desculpa“, diz o MPF.

Outras falas consideradas pelo órgão, foram feitas com relação a piadas consideradas racistas, como “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros” e “nada contra os negros, tirando a melanina…”.

Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra“, afirma o procurador da República João Paulo Lordelo, responsável pela ação do MPF.

A denúncia contra Cocielo foi originada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, e em 2022 ela chegou ao MPF. O processo teve o sigilo suspenso em dezembro de 2023.

Leia também: Juiz branco decide que Júlio Cocielo não foi racista e suspende multa de R$ 7,5 milhões

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

Deixe uma resposta

scroll to top