Joaquim Barbosa defende que Lula indique um ministro ou ministra negra para o STF

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Brasília - STF retoma julgamento de novos recursos do processo do mensalão. Na foto, o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa (José Cruz/Agência Brasil)

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou que o presidente Lula (PT) cometerá “um grande erro” se não indicar um ministro ou ministra negra para a Corte, tanto para a vaga deixada por Ricardo Lewandowski quanto pela vaga que a ministra Rosa Weber deixará em outubro deste ano.

Ele que foi um dos três únicos ministros negros da história do STF, Joaquim Barbosa deixou a corte há 9 anos após ser nomeado por Lula há 20 anos, durante o primeiro mandato do atual presidente. Segundo ele, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o chefe do executivo foi corajoso tomando tamanha decisão levando em conta o momento vivido, e que essa atitude deveria se repetir.

Ex-ministro do STF Joaquim Barbosa durante uma sessão da Corte (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

“Lula cometerá um grande erro se não escolher um ministro ou uma ministra negra. Lula foi ousado ao me nomear 20 anos atrás, quando o Brasil ainda vivia o mito da democracia racial. Seria um paradoxo que, hoje, depois do avanço nas políticas de igualdade racial iniciadas precisamente no governo dele, nenhuma das duas vagas venha a ser preenchida por um negro”, disse o ex-ministro do STF.

Atualmente, um dos maiores cotados para assumir a vaga já aberta é o advogado Cristiano Zanin, que defendeu Lula nos processos relacionados à Operação Lava Jato. Porém, existe uma movimentação tanto de instituições quanto de integrantes do próprio governo, para que a vaga seja ocupada por uma mulher negra, que nunca chegou a fazer parte da Corte.

A jurista Lívia Sant’Anna Vaz é uma das cotadas pelo movimento. O nome da jurista Vera Lúcia Araújo também foi mencionado.

Leia também: Campanha ganha adesão para nomeação da primeira mulher negra no STF

Até o ministro do STF Edson Fachin chegou a defender a nomeação de uma jurista negra para ocupar um cargo dentro da Corte durante uma sessão sobre a análise do caso que define se suspeita motivada pela cor da pele de alguém pode anular provas em investigações. “Quem sabe [uma dessas cadeiras], num lugar do futuro, colocará neste plenário uma mulher negra”, disse o ministro.

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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