Novo streaming promete valorizar profissionais negros que atuam no audiovisual

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A TodesPlay vem com uma proposta de valorizar produção negra e LGBTQIA+

O ator e humorista Grande Otelo em foto de seu acervo. Foto: Programa Petrobras Cultural / Divulgação

Você já pensou em quem faz a gestão e a curadoria dos serviços de streaming que assina? O mercado comercial de audiovisual é majoritariamente masculino e branco, seja em Hollywood ou no Brasil, mas uma nova plataforma de streaming, com versão gratuita, promete atuar com equidade de gênero, promoção racial e pensando em quem comumente é invisibilizado pelas opressões sociais.

Gerida pela Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), e lançada em outubro, no dia em que Grande Otelo completaria 105 anos, o streaming tem na proposta o incentivo a produções, além de expandir a importância da conservação, memória e preservação da narrativa identitária.

Para Thais Scabio, Gestora de Desenvolvimento de Negócios da plataforma, só a gestão e curadoria da plataforma já é um grande diferencial desse projeto.

“O mercado de streaming  geralmente vem de apenas uma perspectiva: a de homens, brancos, cis, heterosexuais. A imagem que chega em nossas residências seja via streaming, canal aberto ou fechado é gerida por esse perfil, eles que são os CEOs, gerentes e programadores.  Só de termos uma equipe majoritariamente negra já é uma revolução neste segmento.”

Thais Scabio também destaca o quanto é importante o reconhecimento, a identidade das produções e fomentar para que esses jovens e experientes profissionais, muitas vezes que sofrem com o racismo estrutural, – institucional -, mas também o conteúdo que é oferecido aos usuários.

“Outro diferencial são os conteúdos apresentados. Enquanto em outras plataformas estão preocupados em saber se tem comédia, drama, terror. Na todesplay nos preocupados com a qualidade do conteúdo e com a representatividade que ele trás. Temos produções que representam quase todo Brasil, assim como a preocupação com a equidade de gênero tanto por quem faz como para quem assiste. Nos preocupamos muito que o público se reconheça na tela. Que se sintam representadas e representados. A maioria das produções negras estão em plataformas aberta como youtube. No youtube é um mar de produções audiovisuais que dificilmente vão te encontrar ali. As plataformas ganham muito dinheiro e quem fornece o conteúdo dificilmente tem retorno financeiro. As produções ganharão conosco, conforme formos crescendo todos crescem juntos. A divisão de lucro com as produções trás uma perspectiva de retorno financeiro, visto que boa parte são realizadas de forma independente e este retorno possibilita a roda girar e surgir outras produções.”, diz Thais Scabio.

A gestão estima que no final de 2021 chegue a 100 mil assinaturas, com isso pretendem financiar produções exclusivas e assim dar guinada nas produções de conteúdos identitários. Para navegar na plataforma é necessário realizar um login. Feito o login é encaminhada para a página Nhai (linguagem em pajubá) com acesso a conteúdos gratuitos selecionados pela curadoria.

“Temos como objetivo a formação de público e democratização dos conteúdos de narrativas identitárias. Também acredito que acesso ao conteúdo gratuito colabora para a quebra de preconceito para as pessoas que ainda não conhecem a qualidade das produções de conteúdos identitários. Outro local gratuito será a parte das Mostras/Festivais parceiros da plataforma”, aponta a gestora Thais Scabio.

Para acessar ao catálogo completo da todesplay é necessário realizar a assinatura com planos que podem várias em mensal, trimestral e anual, com valores iniciados em R$6,90 mensal e R$72,00 anual.

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