O músico, historiador e fundador do bloco Tambores de Olokun, Alexandre Garnizé, recebeu mensagem de intolerância religiosa, no último domingo (03). “Macumbeiro de merda, finalmente te encontrei, você anda tirando minha paz. Vou fazer de tudo para tirar vocês do Aterro do Flamengo”, dizia a mensagem preconceituosa enviada ao celular do líder do bloco carnavalesco que ensaia no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
O percussionista recifense, que lidera o bloco Tambores de Olokun, fundado em 2012, procurou a polícia para denunciar a ameaça. O boletim de ocorrência foi feito na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI). De acordo com ele, o coletivo retomou recentemente seus ensaios cumprindo todas as normas de distanciamento impostas pela pandemia.
Apesar desse último caso, Alexandre, que é candomblecista, afirma que não foi a primeira vez que sofreu intolerância religiosa. “Não é a primeira vez que isso acontece, mas dói, racismo dói e mata”, disse ao Portal G1
Apesar de ter ficado bastante abalado com a mensagem, o músico disse que não vai abrir mão de seguir ensaiando com o coletivo.
“Não vão me parar. O Aterro é um espaço público, no coração do Rio de Janeiro, onde mora a classe média, burra e decadente. A ameaça assusta, mas o tambores para mim é muito mais que um bloco, é um encontro. Temos o maior cuidado com o espaço, a limpeza, a segurança, vão famílias, crianças, nós vamos continuar”, afirmou ele em entrevista ao Portal G1.