Dos 55 deputados estaduais do Rio Grande do Sul, apenas um é negro

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Entre os 55 deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALRS), apenas um é autodeclarado negro, segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): o deputado Airton Lima (PR), que na Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral declarou-se pardo.

Plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul – Foto: Galileu Oldenburg | Agência ALRS

Segundo Nailah Neves Veleci, Mestre de Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB), a falta de representatividade negra nas lideranças é explicada pela formação histórica da elite política brasileira e do sistema político e eleitoral. “Quando determinaram qual seria o sistema político e eleitoral, só homens brancos (estruturalmente falando) estavam presente. Estes homens fizeram o contrato para que os beneficiassem e estes fossem a elite política. Criaram os critérios que a educação e a mídia reproduziriam para dizer o que seria o bem comum e que perfil estaria adequado para garantir o bem comum”, explica.

Impacto na vida da população negra

Ainda de acordo com Nailah, essa falta de representatividade política impacta diretamente na vida das pessoas negras, uma vez que as políticas públicas são ineficazes. “A falta de representantes negros atinge toda a população, porque diminuiria o desperdício de recursos com políticas tendo que ser refeitas e adaptadas, depois de constatarem na implementação que ela falhou com a maioria da população”, afirmou. 

Cenário futuro

Nailah Neves Veleci ressalta ainda que os resultados das últimas eleições foram consequências do consumo da cultura negra. “Sempre tivemos atores políticos negros disputando dentro dos partidos para serem candidatos, mas foi graças à consciência racial que vem crescendo, principalmente pelo uso de redes sociais para o compartilhamento de notícias e denúncias de racismo. Mas a representatividade negra e indígena só terá uma real chance de quebrar os obstáculos da Elite Política, quando tivermos uma reforma eleitoral que estipule um sistema de lista fechada com alternância de gênero e raça/etnia, sendo negros e indígenas os primeiros nomes da lista”, finalizou.

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