A repetição de personagens padronizados – brancos – em imagens de anúncios, posts e textos tem, entre um de seus inúmeros motivos, a utilização de bancos gratuitos para a obtenção de registros ilustrativos. Para quebrar esta “desculpa”, conheça – e apresente a quem interessar possa – o Nappy.
Criado pela agência norte-americana Shade, especializada em trabalhar com influeciadores negros – “seja legal, seja pago” -, trata-se de um site gratuito, com fotos em alta resolução, apenas de pessoas negras, apresentando-as tanto em expressões artísticas, quanto em cenas cotidianas. Acrescente-se, ainda, que qualquer pessoa pode submeter fotos à iniciativa.
A falta de representatividade na tradução visual do mundo é facilmente verificável ao se digitar em buscadores quaisquer interesses sem identificar automaticamente a etnia desejada. As definições de “mulher dirigindo carro”, “família no cinema”, “casal em restaurante” são de uma alvura de causar inveja em qualquer comercial de sabão em pó.
O Nappy preenche uma lacuna e aponta, ainda, para o entendimento de que esta é uma questão global. Adotar referenciais identitários que nos aproximem de nós em todas as formas de manifestação constrói um cenário onde o reconhecimento de si é fortalecido naturalmente, impactando que não necessariamente está engajado na pauta.
Ter acesso a um banco de imagens com modelos negros e negras desnaturaliza a percepção preconceituosa e invisibilizadora de que a representação usual de qualquer coisa ou situação, caso não seja distinguida, será branca.