Combates entre Exército e paramilitares deixam cerca de 200 mortos no Sudão

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Protestos políticos acontecem no Sudão desde o começo de abril Imagem: MOHAMED NURELDIN ABDALLAH/REUTERS

Ao menos 185 pessoas morreram e cerca de 1.800 ficaram feridas nos intensos combates que começaram há três dias entre o Exército e um poderoso grupo paramilitar no Sudão, informou o chefe da missão da ONU no país, Volker Perthes, nesta segunda-feira (17).

Pelo menos dois hospitais da capital foram evacuados “enquanto foguetes e balas crivavam suas paredes”, disseram os médicos, que alegam ter ficado sem bolsas de sangue e material para cuidar dos feridos.

Desde o sábado, a cidade, de onde sobem colunas de fumaça, está envolta por um cheiro de pólvora. Seus habitantes estão entrincheirados em suas casas, a maioria sem água encanada ou eletricidade.

Nenhuma das partes divulgou baixas. Mais cedo, o sindicato oficial dos médicos havia contabilizado ao menos 97 civis mortos, cerca de metade em Cartum, além de “dezenas” de combatentes. Também registrou 942 feridos.

Nesta segunda, Estados Unidos e Reino Unido pediram o “fim imediato” da violência no Sudão, como já o tinham feito a Liga Árabe e a União Africana.

Protestos políticos acontecem no Sudão desde o começo de abril Imagem: MOHAMED NURELDIN ABDALLAH/REUTERS

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também pediu aos dois generais que “parem imediatamente com as hostilidades”, que podem ser “devastadoras para o país e toda a região”.

O conflito no Sudão envolve o comandante do Exército, general Abdel Fatah al Burhan, líder de fato do país, e seu número dois, o general Mohamed Hamdan Daglo, conhecido como “Hemedti”, comandante das Forças de Apoio Rápido (FAR).

Em outubro de 2021, eles se juntaram para dar um golpe que tirou os civis do poder.

“A situação é muito instável. É difícil afirmar para onde pende o equilíbrio”, afirmou em Cartum o chefe da missão da ONU no país. “Estou em contato constante com os líderes dos dois lados”, acrescentou Volker Perthes.

Por causa da situação, a ONU suspendeu as operações no país, disse o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, ressaltando que a ONU “não vai pedir ao seu pessoal que vá trabalhar quando, claramente, a segurança não está garantida”.

À noite, o alto representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, informou pelo Twitter que o embaixador do bloco em Cartum, o irlandês Aidan O’Hara, havia sido atacado em casa, mas de acordo com o serviço diplomático da UE, ele estaria bem.

Desde o sábado (14), intensos tiroteios não param e a aviação tem como alvo, no coração de Cartum, o quartel-general das FAR, um grupo de ex-milicianos que participaram da guerra na região de Darfur e posteriormente se tornou o reforço oficial do exército.

“Burhan está bombardeando civis, vamos caçá-lo e levá-lo à Justiça”, disse o general Daglo no Twitter.

Fonte: AFP

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