Após denúncias, Twitter anuncia política que proíbe algoritmos racistas de atuarem na rede

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Depois de ser denunciado no mês de setembro por internautas ao utilizar algoritmos com vieses racistas, o Twitter nesta quarta-feira (2) anunciou globalmente uma política de combate à prática.

Por Victória Henrique

Nesta quarta-feira (2), o Twitter anunciou globalmente que incluiu a linguagem racista a sua política contra propagação de ódio. Em seu perfil no próprio Twitter, a empresa declarou que “Esta política já proíbe linguagem que desumanize pessoas com base em sua religião, casta, idade, deficiência ou doença.”

Em setembro deste ano, usuários do Twitter acusaram a rede social de ter algoritmos racistas. O algoritmo em questão foi elaborado para exibir imagens no formato de retrato quando elas são grandes demais ou possuem proporções diferentes. O problema está no fato do Twitter priorizar apenas rostos de pessoas brancas. Esse questionamento surgiu quando o programador Tony Arcieri realizou uma série de testes com imagens únicas e longas que tinham em suas extremidades a foto do senador americano Mitch McConnell e do ex-presidente Barack Obama.

O sistema do Twitter sempre priorizava a foto do McConnell. Após esse caso, outros usuários da rede fizeram o teste com diferentes fotografias e puderam confirmar a atuação racista do algoritmo. No mês de outubro, diante das denúncias e da grande mobilização, o Twitter declarou publicamente que estava testando uma solução para o problema.

Racismo algorítmico

Um vídeo realizado pelo graduado em Gestão Pública e mestrando em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ, Adriano Mendes, em parceria com a  Redes da Maré, explica como o racismo algorítmico atua na invisibilização dos conteúdos produzidos pela população negra e/ou não-branca para as plataformas digitais.

No vídeo, Adriano Mendes chama a atenção para o fato do algoritmo ser racista, pois pessoas racistas são responsáveis pela sua construção e gerenciamento. Ele ainda comenta sobre a importância das empresas de tecnologia, responsáveis por essas plataformas, contratarem pessoas negras, já que possuem a sensibilidade de construir algoritmos “com menos vieses racistas possível.”

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