Está proibida a importação, fabricação, comercialização e uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estéticos em todo o Brasil. Esta é uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada nesta terça-feira (25).
Segundo a Anvisa, a medida cautelar tem o objetivo de “zelar pela saúde e integridade física da população brasileira, uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à Agência estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”.
A determinação ficará vigente durante as investigações sobre os potenciais danos associados ao fenol. A decisão ocorre após morte do empresário Henrique Silva Chagas, no começo de junho, durante peeling em São Paulo.
A determinação da Anvisa ocorre dias após o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) entrar com uma ação na Justiça Federal para pedir a proibição da venda de substâncias químicas à base de fenol para quem não for médico.
O peeling de fenol é conhecido por ser um dos tratamentos estéticos mais intensos utilizados para rejuvenescimento facial. O procedimento causa uma descamação da superfície do tecido para reduzir manchas e cicatrizes, e ganhou destaque recentemente por conta do empresário que morreu após ser submetido ao procedimento. O Notícia Preta conversou com as dermatologistas Julia Rocha e Ana Luiza Monteiro, sobre como o assunto.
“Cicatrizes, retrações, alterações na coloração da pele, dor, infecções, arritmias cardíacas podem ocorrer. Pacientes negros e pacientes cuja cicatrização frequentemente cursa com surgimento de quelóides não devem ser submetidos ao procedimento“, explica Julia.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) após a notícia da morte do empresário, emitiu nota sobre a realização do procedimento estético com uso de fenol. O órgão esclareceu que sua aplicação demanda extrema cautela, considerando a natureza invasiva e agressiva do produto no organismo, como também pontua a dermatologista.