A mostra “Bixaria Negra – O cinema de Marlon Riggs” acontece nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro até o dia 30 de junho. Com curadoria de Bruno F. Duarte, realização do Instituto Moreira Salles (IMS) e apoio do Observatório de Favelas, Galpão Bela Maré, California Newsreel e Cabine, ao todo serão exibidos oito filmes do ativista e professor universitário norte-americano. A programação também inclui a exibição de curtas, shows e debates.
A filmografia de Marlon será exibida pela primeira no Brasil no mesmo mês em que se comemora o Mês LGBTIQIAP+. Riggs é um dos principais cineastas norte-americanos; escreveu e dirigiu obras que exaltavam as comunidades negra e gay nos Estados Unidos, entre 1980 e 1990, na mesma época do surto da AIDS no país, e retratava as estratégias de sobrevivência e resistência por meio de documentários.
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As sessões acontecem entre 16 e 30 de junho no Rio de Janeiro, no IMS Rio e no Galpão Bela Maré. Já em São Paulo, serão nos dias 22 e 29 de junho, no IMS Paulista. Além das oitos obras de Marlon Riggs, que vão de longas a curtas-metragens, terá um documentário sobre sua vida e trabalho. Também estão programados diálogos a partir de nove curtas-metragens brasileiros contemporâneos, realizados por jovens cineastas negres LGBTI+. A programação também inclui debates sobre a filmografia do diretor, com a presença de Cornelius Moore, parceiro de criação e distribuidor dos filmes de Riggs, e outras pessoas convidadas, além de bate-papos e shows.
Antes de ocupar o cargo de curador da mostra “Bixaria Negra – O cinema de Marlon Riggs”, o cineasta e pesquisador Bruno F. Duarte estendeu sua dissertação de mestrado pela Escola de Comunicação da Universidade Federal Rio de Janeiro sobre a produção de Riggs. Para ele, o ativismo e construção coletiva das obras do norte-americano é de grande importância. Bruno o define como “um gênio” e é impossível confundir os filmes de Marlon.
“Riggs é antes de tudo um gênio. Um homem negro, homossexual, que viveu com HIV e foi um exímio narrador. O cineasta construiu uma filmografia inconfundível, celebrada por equilibrar-se entre pesquisas rigorosas e ousada experimentação estética. Sua biografia reúne muitos elementos para uma bela história de exceção extraordinária. Mas foi a busca pela experiência coletiva comum, impulsionada por uma urgência de comunicação com pessoas negras, que moveu seu fazer artístico”, finaliza o responsável pelo levantamento das obras do cineasta americano.
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