Em evento oficial e restrito para convidados devido à pandemia, a prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, pediu desculpas pelo papel ativo da cidade holandesa na comercialização mundial de pessoas escravizadas. O ato aconteceu no último dia 1/7. Amsterdã é oficialmente a primeira cidade da Holanda a se desculpar e econhecer que a escravização foi um crime contra a humanidade.
Em 1o de julho de 1863 a Holanda aboliu a escravidão no Suriname e nas colônias do Caribe, no entanto, apenas 10 anos depois os escravizados no Suriname de fato se tornaram livres, afirma o NiNsee, Instituto Nacional para a História e herança da escravização holandesa. Neste dia celebra-se o chamado ‘Keti Koti’ – correntes quebradas, na língua Sranantongo – aniversário da abolição da escravatura no Suriname e nas Antilhas holandesas. A cada ano, mais eventos de conscientização e outras iniciativas sobre o tema acontecem na Holanda.
Femke reiterou que nenhum cidadão vivente na cidade hoje deve culpar-se pelo passado. Ela e a prefeitura tomam a responsabilidade para si. Ela fez seu discurso no Monumento Nacional de Escravização Holandesa. Por outro lado, Mark Rutte, o Primeiro Ministro do país, disse ano passado que seu governo não tem planos de fazer o mesmo porque isso aumentaria o risco de polarização, e 35% da população está de acordo com ele, segundo dados de uma pesquisa feita por uma TV local.
Algumas das maiores cidades holandesas como Roterdã, Haia e Utrecht já se pronunciaram sobre como, direta ou indiretamente, se beneficiaram da escravização entre os séculos 17 e 19, mas o pedido formal de desculpas nunca aconteceu. Elas propõem que o 1º de julho seja considerado feriado nacional, um dia para lamentar, celebrar e olhar para as lições aprendidas do passado.
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