
Estreou, na última sexta-feira (09), o programa “Estação Livre”, na faixa de horário das 22h, da TV Cultura. Sob o comando da jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela Revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020, o programa é uma aposta em diversidade da emissora paulista.
O “Estação livre” será produzido majoritariamente por mulheres negras. Esse movimento de repensar as relações raciais tem sido mais frequente dentro das empresas de comunicação. O programa se propõe a ser um espaço de luta, resistência e empreendedorismo negro, valorizando e contando a história das culturas afro-brasileiras, levando reflexões para o público de casa.
“Eu estaria mentindo se dissesse que foi um acidente” disse Marcelo Cosme ao comentar sobre o episódio em que a Globo News tinha como pauta o racismo e só havia jornalistas brancos comentando sobre a pauta. As críticas na internet levaram a emissora fazer uma edição especial do Globo Repórter com o elenco jornalístico de profissionais negros que compartilharam suas experiências na profissão, atravessada pelo racismo. Desde então, há uma discussão mais intensa nos meios de comunicação sobre a importância da diversidade.
De 1993 até 2014 a TV Cultura tinha em sua grade o programa “Manos e Minas”, que trazia a musicalidade popular e apresentava as principais novidades do rap, funk e samba. O programa fez parte do cotidiano de muitos jovens negros e periféricos ao oferecer conteúdo que dialogava e valorizada a cultura e a realidade da periferia.
Segundo o produtor Eneas Carlos Pereira, o contexto atual do Brasil pede um espaço para discussão: “No momento como esse vivido pelo Brasil em que os extremos se acirram e acabam se sobrepondo ao bom senso, a TV Cultura como emissora pública, tem a obrigação de propor programas como ‘Estação Livre’: um espaço de conteúdo onde a diversidade, a inclusão e as ações da sociedade civil se encontram e se fazem representar por quem realmente importa, o povo brasileiro”, pontuou para o Jornal Folha de São Paulo.
A primeira convidada de Cris Guterres foi a CEO da PretaHub, Adriana Barbosa, que falou sobre empreendedorismo negro no Brasil. A empreendedora é responsável pela Feira Preta, maior evento cultural negro da América Latina. O programa está disponível no site da TV Cultura.
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