“Nós somos a resistência no Brasil”, diz Sonia Guajajara em evento beneficente em Cannes

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Brasília (DF), 25/04/2023 - A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participa de plenária para discutir Autoridades Indígenas no Movimento e no Governo, durante o Acampamento Terra Livre. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No último domingo (21) foi realizado um jantar beneficente para a arrecadação de recursos para o programa Amazônia Fund Alliance, em Cannes (França). O evento contou com vários representantes indígenas brasileiros, como a ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara, que recebeu um prêmio de reconhecimento por sua atuação na proteção das florestas e no combate à crise climática.

No seu discurso, a ministra, que foi como convidada de honra, disse que “pela primeira vez os indígenas brasileiros ocupam um lugar estratégico” e também que que “para reflorestar territórios, é urgente reflorestar as mentes das pessoas”. Em entrevista à RFI durante o evento, Sonia Guajajara reafirmou a posição que os povos originários ocupam: “Nós somos a resistência no Brasil”.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Além da ministra, também estavam presentes no jantar, organizado pelo Better World Fund (BWF), o secretário de Estado do Ministério do Desenvolvimento Social, Osmar Almeida Junior, e a deputada federal indígena, Célia Xakriabá (PSOL/MG).

Os líderes indígenas Raoni, Bemoro, Tapi, Watatakalu e Yabuti, também participaram do evento já que estão em Cannes para o lançamento do filme “Raoni: uma amizade improvável”, do cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux, e também para participar de mais uma campanha internacional pela preservação da Amazônia.

O programa Amazônia Fund Alliance da Federação Brasileira de Clubes e Associações de UNESCO (em inglês, BFUCA) tem como objetivo garantir renda mínima para 300 comunidades indígenas e povos da Amazônia Legal, além de contribuir com projetos de pesquisa, de reflorestamento, preservação de rios e nascentes. Também faz parte estabelecer uma campanha para reduzir o lixo e a emissão de CO2.

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Em uma publicação no Instagram a ministra celebrou o recebimento do prêmio e destacou a importância da luta indígena. “É um prêmio das mulheres bioma, da força ancestral e da luta por território. Nosso recado é um só: demarcação é democracia, é vida. E a saída é indígena!”.

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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