Renda do brasileiro não acompanha aumento dos alimentos, revela pesquisa

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Não é de hoje que os alimentos estão caros, contudo, na pandemia os brasileiros puderam sentir com mais pesar o seu valor de compra caindo. Os alimentos aumentam e a renda do brasileiro não aumenta junto.

Uma pesquisa, realizada pelo G1, identificou que a renda média dos brasileiros aumentou 19,7%, já os produtos alimentícios sofreram ampliação de 41,5%, revelando que a renda dos brasileiros não está caminhando junto dos valores dos produtos, impactando diretamente na quantidade de produtos levados para a mesa das famílias brasileiras. 

Foto: NP Dados

Mesmo com o aumento anual do salário mínimo, os valores não suprem a inflação sobre os alimentos. O rendimento médio mensal do trabalho em outubro de 2019, era de R $2.301. Já no mesmo período de 2022 esse valor estava em R $2.754, tendo uma alta de 19,68%. Outro ponto a ser destacado é que, durante este período, a inflação bateu o total de 22,45% e os alimentos subiram quase o dobro (41,5%). 

Em outubro de 2019, 43,8% do salário mínimo era direcionado para a compra de alimentos. Neste ano, a porcentagem salarial cresceu para 58,78%. É o que apontam os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Além disso, os números indicam que, em 2019, para comprar os produtos da cesta básica o brasileiro deveria trabalhar 88 horas e 39 minutos. Em 2022, estes números estão subiram para 119 horas e 37 minutos. Ou seja, a fatia direcionada anteriormente representava 20,6%, hoje 27,7%.

André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, que destacou aspectos da inflação média, que foram realizados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

“Os salários são orientados pelo IPCA geral ou INPC. Então quem ganha muito pouco e recebe um aumento orientado pelo IPCA médio vai ter perda da qualidade de vida porque não vai conseguir repor a cesta de consumo, composta por alimentos que acumulam o dobro da inflação, e isso vem piorando ao longo dos últimos anos”, explica o economista, ao site G1. 

Durante o ano, diversos fatores foram responsáveis por influenciar a movimentação dos valores, como a chuva, a guerra no exterior e a crise hidrelétrica.  

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O economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi reforçou que o encarecimento dos petróleo, a seca do ano passado,  a escassez de insumos  e a desvalorização do real influenciam. 

“Tivemos também a maior seca do último século no ano passado, o encarecimento das commodities após as expectativas de vacinação e a guerra na Ucrânia que encareceu as commodities energéticas e agrícolas”, diz Imaizumi ao G1. 

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