O policial reformado Ronnie Lessa, principal acusado de assassinar a ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes em março de 2018, disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o ajudou em 2009 para que ele recebesse prioridade em um atendimento na ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), mas que mal o conhecia. Na época, o hoje chefe do Executivo era deputado federal. A declaração foi dada em entrevista a revista Veja.
Segundo Lessa, na ocasião Bolsonaro era “patrono da ABBR”, e interferiu para que ele recebesse prioridade no atendimento da associação por ‘gostar de ajudar quem é da polícia”. Na ocasião, Lessa perdeu parte da sua perna esquerda depois de uma explosão de uma bomba dentro de seu carro e recebeu uma prótese e tratamento na ABBR.
Na mesma entrevista à Veja, Ronnie Lessa nega qualquer envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo ele, o principal suspeito deveria ser o ex-capitão Adriano da Nóbrega, morto pela polícia em 2020, conhecido como chefe miliciano do “Escritório do Crime”. Ainda de acordo com Lessa, Adriano “estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez”.
Policial militar reformado, Ronnie Lessa, de 51 anos, está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, desde dezembro de 2020. Ele morava e foi preso no mesmo condomínio em que Jair Bolsonaro morava com a família na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Apesar disso, o suspeito de matar Marielle afirmou à revista que nunca foi próximo do presidente. “É um cara esquisito. Se vi cinco vezes na vida, foi muito. Um dia cumprimenta, outro não, e mesmo assim só com a mãozinha. E nunca vi os filhos dele”, disse.
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