Pretos e pardos têm menor acesso a saneamento básico no Brasil, aponta Censo do IBGE

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Nesta sexta-feira (23), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou que pretos e pardos são os que têm menos acesso a saneamento básico, no Brasil. Segundo a instituição, em 2022, cerca de 49 milhões de habitantes não possuíam atendimento adequado de esgotamento sanitário, e 4,8 milhões de pessoas estavam sem água encanada. Os dados fazem parte do Censo Demográfico de  2022.

De acordo com os números, isso equivale a aproximadamente 24% da totalidade da população do país. Já entre pretos e pardos, que formam um pouco mais da metade da população do Brasil, 68,6% não tem acesso a saneamento básico no país.

O IBGE divulgou que pretos e pardos têm o menor acesso de saneamento básico no Brasil /Fonte: Reprodução/ Agência Brasil/ Carolina Gonçalves
  • Pardos são 45,3% da população brasileira, e 58,1% dos sem esgoto adequado
  • Brancos são 43,5% da população brasileira, e 29,5% dos sem esgoto adequado
  • Pretos são 10,2% da população brasileira, e 10,4% dos sem esgoto adequado
  • Indígenas são 0,8% da população brasileira, e 1,7% dos sem esgoto adequado
  • Amarelos são 0,4% da população brasileira, e 0,1% dos sem esgoto adequado

Para ser classificado como adequado, o sistema de descarte de esgoto deve encaminhar os resíduos para as redes de coleta públicas, sejam elas gerais ou destinadas às águas pluviais, para fossas sépticas ou sistemas com filtro.

Vale destacar que, mesmo após o tratamento por esses dispositivos, o esgoto deve ser direcionado para as redes que foram mencionadas, assim o descarte será considerado correto.

Além disso, os métodos que utilizam fossas rudimentares, simples buracos, ou o despejo direto em cursos d’água como rios e mares, são vistos como irregulares conforme os critérios estabelecidos pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

A falta de um abastecimento adequado de água atingiu cerca de 6,2 milhões de brasileiros no ano de 2022. Além disso, assim como acontece com o descarte de esgoto, há uma grande diferença entre os diferentes grupos raciais no que diz respeito ao acesso à água. Pretos e pardos representam 72% da população sem acesso adequado à água. Os brancos somam 24%.

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Ainda segundo os dados  de 2022, eram considerados abastecimento adequado o acesso por rede de distribuição (82,9%), poço profundo ou artesiano (9%), poço raso, freático ou cacimba (3,2%) e fonte, nascente ou mina: (1,9%). Em relação ao abastecimento de água, para  os lares onde vivem 192,3 milhões de pessoas, representando 95,1% da população, a água chegava de forma encanada,por meio de torneiras, chuveiros e vasos sanitários.

Já para 2,5% da população, a água chegava encanada, porém apenas até o terreno. Para outros 2,4%, a água não chegava encanada, era necessário transportá-la em baldes, galões, veículos ou outros recipientes.

A situação de saneamento básico no Brasil ainda é muito precária, sendo que pelo menos metade da população sofre com esta problemática. Conforme os dados do Sistema Nacional de saneamento (SNIS), cerca de 40 milhões de famílias não têm sequer um banheiro dentro de casa e mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto.

A ausência desse mínimo, significa piores condições de saúde e de vida para milhões de pessoas, principalmente para as pessoas pretas, conforme apontam os dados do IBGE.

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Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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