População negra é a mais afetada pelo HIV

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População negra é a mais afetada pelo HIV

Doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês), a AIDS não tem cura, sendo controlado por tratamento via antirretrovirais. Seu vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em novembro de 2018, o Brasil registrou uma redução de 16% no número de detecções de AIDS: em 2012, a taxa de detecção era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3.

Por outro lado, já em 2017, a UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) fez um alerta no Dia Nacional da Consciência Negra: a epidemia de HIV ainda afeta desproporcionalmente a população afrodescendente. Ainda de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, no Brasil, quando analisados os casos de AIDS nos últimos 10 anos, observa-se a queda de 20,9% na proporção de casos entre pessoas brancas. Já  entre as pessoas autodeclaradas pardas, essa proporção aumentou 33,5% e, entre a população negra (pretos e pardos), o aumento observado foi de 23,5%.

Observando a linha do tempo histórica, desde 2009, os casos de AIDS são predominantes em mulheres negras, enquanto entre homens isso ocorre desde 2012. Em 2017, os dados eram de 57,3% e 61,1% entre homens e mulheres negras, respectivamente. 

O Brasil é reconhecido como um dos países mais desiguais do planeta, tendo em seus recortes a desigualdade racial.A discriminação social (inclusive em instituições de saúde) pode por acabar afastando as pessoas do serviço de atendimento, aumentando as chances de abandono do tratamento e dificultando o diagnóstico. 

Em 2017, pretos e pardos correspondiam, juntos, a 60,3% de óbitos por AIDS; brancos corresponderam à 39%, segundo dados do Ministério da Saúde. Procurados pela nossa equipe, até o fechamento da matéria não obtivemos resposta do Ministério da Saúde e da UNAIDS.

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