Levantamento divulgado pela Secretaria de Educação do município do Rio de Janeiro mostra que os crescentes confrontos armados na cidade têm tido um impacto cada vez maior na rede de ensino, principalmente nas escolas que ficam perto ou dentro de comunidades.
Somente nos primeiros seis meses de 2023, o número de escolas que suspenderam atividades por causa da violência foi maior do que em todo o ano passado. Foram 2.129 fechamentos registrados este ano, contra 2.128 em 2022.
De acordo com o estudo, houve um aumento de 97,5% no número de casos quando comparamos o primeiro semestre do ano passado com igual período de 2023.
No ano passado, 160 mil alunos tiveram suas rotinas escolares afetadas pela violência armada. Em 2023, esse contingente já ultrapassa 163 mil alunos.
O número de unidades escolares afetadas também aumentou. Ao longo de todo o ano passado, houve 405 unidades com ao menos um dia letivo interrompido devido aos confrontos. Neste ano, 500 escolas já passaram por isso.
O secretário de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, lamentou que alunos cariocas tenham o ensino prejudicado por conta da insegurança e dos confrontos armados, o que compromete também o programa Acesso Mais Seguro, que é desenvolvido em parceria com a Cruz Vermelha Internacional.
Moradora de uma comunidade em Senador Camará, na zona oeste da cidade, que não quis se identificar, faz um relato triste da situação vivida com o neto.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que as operações da corporação são pautadas por informações de inteligência e planejamento prévio, tendo como preocupação central a preservação de vidas e o cumprimento irrestrito da legislação em vigor.
A nota cita os programas de policiamento que mantêm contato direto com a população.
Por fim, informa que, apenas neste ano, a PM já prendeu mais de 19 mil criminosos, apreendeu 2.400 adolescentes envolvidos com a criminalidade, além de retirar das ruas um arsenal de mais de 3.800 armas de fogo, sendo 340 fuzis, idênticos aos utilizados em guerras convencionais.
Já a Polícia Civil, mesmo sendo contatada, não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
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