Negros são maioria dos gamers no Brasil, revela pesquisa

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A Pesquisa Game Brasil de 2021, uma espécie de censo do ecossistema gamer nacional, aponta que 50,3% dos jogadores brasileiros se autodeclara preta e parda. Quase metade dos que consomem jogos, 49,7%, são das classes C, D e E. Cerca de um terço dos que jogam videogame vem de famílias de renda de até R$ 2.090. Outro terço tem renda familiar de até R$ 4.180.

A mesma pesquisa no ano passado já tinha indicado que o smartphone é a plataforma favorita de todos os gêneros quando o assunto é jogo online, muito em razão do fenômeno dos jogos free to play. Em 2021, o celular continua sendo a plataforma preferida dos entrevistados pela pesquisa (41,6%), enquanto só 25,8% preferem consoles.

A maioria dos que jogam em celulares (60,8%) são das classes C, D e E. Já dos que jogam em console, 59% são das classes A e B. Entre os que jogam no computador, 57,4% são das classes A e B, uma das explicações pode ser que para aguentar os jogos que são pesados é preciso ter computadores potentes que, normalmente, são os mais caros.

Pesquisa Game Brasil

Em2018, o jogo brasileiro Dandara esteve na lista dos 10 melhores games de 2018 da revista norte americana Times, ao lado de outros games AAA como Mario, God of War e Red Dead Redemption. O jogo ‘Dandara’ traz a representação de uma mulher negra não sexualizada como protagonista. Sua consagração internacional explicita que o vazio deixado pelos antigos desenvolvedores começa a ser preenchido por uma geração nova, que aplica a diversidade nas linhas de código.

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Os dados da pesquisa apontam que a diversidade já é considerada pela indústria como um nicho de mercado. Néstor Garcia Canclini, em sua obra “Consumidores e Cidadãos”, apontou que o exercício da cidadania na sociedade capitalista se dá essencialmente pelo poder de consumo. Então, se a regra de mercado ainda é a que prevalece entre os céticos, não há mais como evitar essa mudança de pensamento. Antigos estereótipos devem ceder lugar ao novo, até porque isso é matéria-prima essencial para o sucesso de uma indústria criativa como a de games.

Ainda segundo a pesquisa, 72% dos brasileiros têm costume de jogar games, sendo que mais da metade são mulheres. Desses, quase metade, 45,4%, afirma que só faz download de jogos gratuitos, e 44,9% dizem que só compram games de vez em quando. Só um em cada dez afirma comprar jogos frequentemente.

Toda essa ‘nova era’ mais diversa no mercado dos games leva também a mais cobranças por representatividade no segmento com, por exemplo, sistema de cotas para colaboradores nos editais do SPCine, a distribuição do Selo da Diversidade da Abragames e as maratonas de desenvolvimento de jogos como Sampa Diversa, Game Jam das Minas e Women Game Jam.

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