A Polícia Federal investiga as mensagens enviadas por uma estudante, em um grupo de alunos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Nas mensagens, a aluna de artes cênicas, branca, disse que tinha “pavor de conviver com pessoas escuras. Elas devem ter complexo de inferioridade muito forte em relação às pessoas brancas”.
As mensagens foram enviadas na última sexta-feira (6) e, de acordo com a reitoria, a aluna foi suspensa por 30 dias, como medida cautelar. “Nós, administrativamente, já estamos tratando junto à direção do Centro de Artes e Letras, com a nossa assessoria jurídica, que auxilia no processo disciplinar, que é breve, de no máximo 30 dias. Como há materialidade, neste caso será preciso reunir a comissão, analisar os fatos e proferir a punição”, disse o reitor da UFSM, Luciano Schuch, em entrevista ao O Globo.
Em forma de protesto, alunos e professores realizaram uma manifestação antirracista na última terça-feira (10) contra as mensagens da aluna do terceiro período. Ainda de acordo com os alunos, a estudante foi à aula no mesmo dia, mas foi impedida de entrar na sala pelo professor.
Em resposta, a aluna se defendeu e disse que não é racista. “Aquele foi um comentário que eu postei no dia 6 de maio de 2022 (sexta-feira passada), não reflete minha opinião sobre as pessoas negras, pardas ou indígenas. Não tem nada a ver com ódio contra uma pessoa ou várias, ou contra características de uma pessoa ou várias. Apesar disso, eu não vou me desculpar pelo que eu escrevi”, disse em nota.
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Além disso, ela se defendeu dizendo que a postagem foi individual e genérica. “Eu tenho minha vivência individual e minha história de vida, cada pessoa tem a sua, e aquele texto que eu escrevi não teve nada demais e não foi direcionado a uma pessoa especifica e sim um texto que eu postei no meu Instagram individualmente”, conclui.
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