O primeiro debate entre os candidatos à presidência da república das eleições de 2022, realizado pela TV Bandeirantes, UOL, TV Cultura e Folha de São Paulo, neste domingo (28), foi marcado pelo protagonismo das mulheres e pela ofensa misógina disparada pelo presidente Jair Bolsonaro contra a jornalista da TV Cultura, Vera Magalhães. No entanto, a questão racial ficou de fora das discussões e da própria transmissão, já que nenhum candidato negro foi convidado e nenhum jornalista negro foi escalado pelo consórcio de veículos de imprensa para mediar ou formular perguntas.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d’Ávila (Novo) se enfrentaram por cerca de 2h40 e não mencionaram um dos problemas centrais do Brasil, o racismo estrutural. Eles também não revelaram se têm propostas para resolver as questões relacionadas à desigualdade racial no país como o genocídio da juventude negra – 78,9% das vítimas da letalidade policial no Brasil são negros e 76% são jovens, segundo o Atlas da violência.
O debate foi marcado pela misoginia do presidente Jair Bolsonaro contra Vera Magalhães, da TV Cultura. Ao ser confrontado com a pergunta da jornalista sobre a campanha anti-vacina propagada por seu governo, Bolsonaro disse: “”Não podia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido em um debate como esse, fazer acusações mentirosas a meu respeito”.
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O presidente concluiu dizendo que Vera Magalhães “é uma vergonha para o jornalismo brasileiro” e que não pediu sua opinião. O presidente foi duramente criticado pelos seus oponentes, principalmente pelas candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), que se impuseram no debate, que também teve como marca perguntas envolvendo os direitos das mulheres.
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