O produtor musical Mateus de Jesus Almeida, conhecido como DJ Matt D, está conquistando seu lugar nas paradas musicais. No último mês, o hit “Novidade na Área”, música do Livinho com produção do DJ Matt D, chegou ao Top 1 do Spotify Brasil. Essa foi a primeira vez que o capixaba de 24 anos alcançou essa posição na plataforma.
O sucesso foi tanto que a faixa também entrou na parada global do streaming. Com mais de 9 milhões de ouvintes mensais, o jovem produtor da cena trap funk, contou com exclusividade ao Notícia Preta, o que a música significa para ele. “A música pra mim é energia. Ela tem o dom de transformar tudo. A música é minha vida”, diz o DJ.
Com uma infância humilde e tranquila na periferia de Vitória, no Espírito Santo, Dj Matt D foi criado pelos avós e pelo pai, que também foi músico, assim como boa parte da família. Apesar de nunca ter aprendido nada do gênero com familiares, o DJ acredita que tenha seguido esse caminho por ser algo natural.
Mas tudo começou com experiências que fez sozinho, no computador. “Eu comecei a produzir quando estava no YouTube, em 2013. Eu já gostava de música, quando comecei a produzir eletrônica. Eu ficava olhando os gringos produzindo, não entendia nada do que eles falavam, mas eu repetia o que eles faziam, e aprendi a mexer nos programas de produção e fiquei viciado. Uma brincadeira no YouTube levou a tudo isso”.
Conforme foi se aprimorando na área, o DJ tinha o sonho de ir para São Paulo para seguir seu sonho, por conta das dificuldades de engatar no meio artístico fora do eixo RJ-SP. E foi o que fez, em 2018.
“Infelizmente na cidade onde eu morava não era tão forte, quem trabalhava com música. A não ser o pessoal da elite. Mas quem da elite que vai querer dar espaço para quem veio da comunidade? Ninguém. Então a chave virou mesmo quando eu vim pra São Paulo“.
Recentemente o artista assinou o seu primeiro contrato com uma grande distribuidora internacional, a Believe. Para ele, esse passo significa um novo momento na sua carreira. “É muito gratificante, porque nada é em vão. Toda essa dedicação com meu trabalho que começou em um quarto e um fone de ouvido, e resultou nisso. E eu acredito muito que é daí pra mais”, diz DJ Matt.
Dono de sucessos como “Pandora” e “Homenagem aos Relíquias”, o artista conta como sua família fica em vê-lo conquistar novas oportunidades, para um jovem negro periférico. “A minha família fica muito orgulhosa. Infelizmente meu pai não está aqui para ver tudo isso, mas eu tô dando continuidade ao ciclo de crescimento da minha família. Pois como lá atrás não tinha muitos recursos, eu tô dando continuidade a algo que ele já fazia e representando muito a cultura negra”.
Ao ver um ritmo que nasceu na periferia e com pessoas negras – que é o trap funk – alcançando voos bem altos e muito sucesso, DJ Matt se diz feliz. Ele afirma que em 2018, o trap quebrou muitas barreiras com muitos eventos de trap funk. “Foi um movimento que começou quando poucos acreditavam, como sempre. E hoje está alçando níveis elevados”.
O DJ já é um grande destaque na cena trap funk do Brasil, com parcerias importantes no meio como Kevin O Chris, PK, , Mc Dricka, MC Livinho, Gaab, MC Don Juan, Jerry Smith, e outros. Com tantas grandes oportunidades, DJ Matt conta suas metas para o futuro.
“Eu me sinto realizado. Eu vejo que estou no caminho certo. Todo ano inovando na cena, sempre buscando novos ares. E a meta é alcançar 1 bilhão de streaming e 10 milhões de ouvintes no Spotify. Outra meta é o Grammy. Mostrar que a gente consegue ganhar um prêmio desses com o funk e com o trap”.
Agora, DJ Matt conta que está focando em estudar, e que pretende viajar para fora do país para conhecer novas culturas, e aplicar na sua música. Com o novo contrato, ele já adianta que surpresas positivas estão por vir, como o novo álbum, que vai sair no próximo mês.
“Com essa parceria internacional eu vejo que vai ser um grande divisor de águas. Estou ansioso para fechar com artistas de fora do país, e meu álbum vai ter muitas novidades, com vários gêneros musicais”, explicou.
Leia também: “O movimento funk significa pessoas pretas ousando serem felizes”, diz Rachel Xexéu, criadora da Casa Funk
