“Arrepia, Salgueiro”: a frase ficou eternizada na voz de Melquisedeque Marins Marques, o Quinho do Salgueiro, que morreu na última quarta-feira (3), vítima de insuficiência respiratória provocada por um câncer.
Quinho estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, zona Norte do Rio de Janeiro. Ele ficou afastado do carnaval para o tratamento, mas em 2022 foi homenageado pela escola do seu coração, que batizou o carro de som de “Quinho do Salgueiro”.
“Você receber uma homenagem em vida, isso me emocionou muito. Nós somos uma pequena partícula dessa imensidão chamada carnaval e escola de samba, e o Salgueiro é a minha vida”, disse em entrevista ao RJ2 no ano passado.
“Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola. Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível”, escreveu a escola de samba nas redes sociais após a morte do “puxador” como ele gostava de ser chamado.
Em sua trajetória musical dentro do Salgueiro, Quinho criou vários termos e bordões que caracterizaram sua passagem pelo sambódromo. Quem não se lembra da abertura dos desfiles da escola da Tijuca com o “Arrepia, Salgueiro. Pimba, pimba!” Ou então o “ai que lindo, que lindo”. Foram marcas registradas da agremiação e do puxador.
Leia também: “Vou continuar o legado da minha avó”, diz Ana Cacimba sobre músicas de quilombo
Quinho começou sua carreira no bloco Boi da Freguesia, passando por União da Ilha do Governador, São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz, e de São Paulo, como Rosas de Ouro, e de Porto Alegre, como a Vila do IAPI.
