Morreu, aos 80 anos, de um câncer no pâncreas, John Lewis, após 60 anos dedicados a luta por justiça e igualdade racial nos Estados Unidos. Ele marchou ao lado de Martin Luther King Jr, em 1965, na histórica travessia de Selma a Montgomery, capital do Alabama. O episódio ficou conhecido como “Domingo Sangrento”. Congressista durante 34 anos, Lewis era uma das maiores autoridades morais do país.
Ao longo de toda a sua vida, Lewis lutou contra a discriminação racial, tendo sido espancado pela polícia e preso 40 vezes. Com apenas 21 anos, John Lewis, que era filho de meeiros, foi um dos mais jovens integrantes do movimento conhecido por “Passageiros da Liberdade”, que lutava contra a segregação nos ônibus, na década de 1960.
Ele também foi o líder mais jovem da manifestação de 1963 em Washington, quando Martin Luther King proferiu seu histórico discurso “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”). Lewis, mesmo tendo sofrido violência – inclusive teve seu crânio perfurado durante um protesto – acreditava na luta não-violenta como seu companheiro King.
Em nota, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse: “hoje, os Estados Unidos chora a perda de um dos maiores heróis de sua história”. Para Nancy, John Lewis era “um titã do movimento dos direitos civis, cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação”.
Como ícone da resistência na atualidade, Lewis chegou a confrontar Donald Trump, presidente americano, deixando de ir a sua posse. Ele também marchou ao lado de Barack Obama, revisitando o episódio de Selma, em 2015.