Por Rozana Barroso
Desde a posse de Bolsonaro até o momento, uma frase do sociólogo Darcy Ribeiro “A crise da educação do Brasil não é uma crise, é um projeto” ecoa no meu pensamento. E semana passada, com as denúncias de um Gabinete Paralelo dentro do Ministério da Educação, essa ideia se provou mais uma vez.
Estamos há quase quatro anos lutando pela educação, pelo desenvolvimento social e por nossa própria vida sem um projeto concreto, sem sermos ouvidos pelos nossos governantes e contando apenas com a nossa força. Cansa e é triste, mas temos um futuro de potências pela frente que propositalmente este Governo quer arruinar.
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É preciso lembrar das nossas lutas nestes últimos anos. O Governo Bolsonaro tentou aprovar a PEC (186/2019), que tinha como objetivo a extinção do investimento mínimo em saúde e educação, mas não teve sucesso. E começou por aí e os ataques continuaram, mostrando que do projeto educacional o governo não queria nem saber.
Pense, que ele ainda tentou impedir o Projeto de Conectividade, que ofertaria internet gratuita para os estudantes de escolas públicas e a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). Em todas essas batalhas o povo saiu vitorioso. Mas a história nunca acaba por aí.
Neste último ano de Governo Bolsonaro, no qual vivemos a maior crise da educação brasileira, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que deveria estar fazendo um grande esforço para reverter esse cenário, está transformando o MEC em um grande balcão de negócios a céu aberto para alimentar esquemas eleitorais do presidente.
E mais uma vez não podemos nos calar. Precisamos de estrutura para nossas escolas, reforços de aulas para os estudantes que estão atrasados devido a pandemia e um projeto contra a evasão escolar. A educação precisa ser o pilar principal do nosso desenvolvimento e vamos lutar para que isso aconteça.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, entidade a qual presido, já está fazendo pressão pelo afastamento de Milton Ribeiro. Não permitiremos que nosso futuro seja destruído por esquemas de corrupção e irresponsabilidade deste governo. Não vamos parar até que todos os estudantes brasileiros tenham seu direito à uma educação pública gratuita e de qualidade garantida.
Rozana Barroso, ativista da Educação e presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
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