Marlene Silva, a dama da dança afro mineira ganha memorial virtual

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A jornalista e cineasta mineira, Elaine do Carmo, lançou o Portal Memorial sobre a obra de Marlene Silva, bailarina pioneira da dança afro em Minas Gerais. O memorial é registro online com informações sobre a trajetória profissional da artista. Antes dessa inciativa todo o acervo pessoal estava apenas no formato analógico, sem digitalização. 

A cineasta, que em 2020 dirigiu o documentário sobre a obra da bailarina, criou o portal Marlene Silva Dança, uma alusão ao título do filme Marlene Silva Dança o Mundo. O site é um espaço pensado para que a história e contribuições da artista para a cultura não seja esquecida.

Marlene Silva foi uma das pioneiras da dança afro em Minas Gerais – Foto: Igor Rocha

Sobre Marlene Silva

Conhecida como Dama da dança afro-brasileira, Marlene, nasceu em Belo Horizonte, e ao longo dos 83 anos de vida construiu um grande legado artístico e social. Ela ocupou espaços e abriu portas na cena cultural. 

Começou nas artes aos 10 anos, ao se mudar com a mãe para o Rio de Janeiro. A cabelereira bem-sucedida proporcionou a sua filha aulas de artes nas renomadas escolas da cidade. Balé, trombone e acordeão faziam parte da rotina de Marlene, que se formou em teoria musical e licenciatura de acordeão no Instituto Nacional de Música. 

Aos 15 anos conheceu o trabalho de Mercedes Baptista. A bailarina viajou o mundo, com a Companhia da mestra, e anos depois divulgando seu trabalho e ensinando a técnica autoral que desenvolveu. 

Ela foi uma mulher negra retinta, cheia de vida e de alegria, que enfrentou o racismo como aluna, professora, coreógrafa, tentando viver de uma arte de origem negra com o que ela tinha de entendimento e conhecimento da identidade africana.

Marlene atuou por mais de 65 anos nas artes, destes 30 anos na cena cultural mineira. Construiu uma carreira sólida dentro das manifestações populares no Estado e merecia um espaço dedicado a contar sua história. Fotos, entrevistas raras e filmagens inéditas de espetáculos completos fazem parte do acervo disponível no site memorial.

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A Dama da Dança afro faleceu em 13 de abril de 2020, aos 83 anos, no Rio de Janeiro, vítima de covid-19, e assim como muitos artistas da cultura afro não tinha sua história contada ou o reconhecimento formal do seu legado publicados. O registro da obra está disponível através do filme e do portal memorial. 

O documentário Marlene Dança o Mundo pode ser visto gratuitamente no site. 

As imagens e acervos contidos no portal são geridos pela produtora audiovisual Massai Digital.

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