Mais de 90% dos territórios quilombolas em áreas rurais convivem com precariedades no saneamento básico, diz IBGE

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Analfabetismo entre quilombolas é quase três vezes maior do que na população total do país.

Segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (09), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população quilombola têm o pior acesso a serviços considerados básicos, como: abastecimento de água, destinação do esgoto e coleta de lixo. Cerca de 94,6% dos moradores quilombolas de domicílios em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados em áreas rurais, convivem com alguma forma de precariedade no saneamento básico.

Quando analisados os territórios, 93,82% possuem os mesmos problemas. Segundo os dados do IBGE, o acesso a água potável é escasso: 63% dos domicílios são abastecidos com água a rede geral, vindas de poço, fonte, nascente ou mina com existência de canalização até o domicílio.

Precariedade no saneamento básico chega a 90,02% em territórios quilombolas – Foto: Pexels

Mesmo em situação urbana, o acesso a água em condições de maior precariedade é 3,4 vezes maior entre a população quilombola (9,21%) do que entre a população residente em situação urbana no Brasil (2,72%).

Em relação ao saneamento de esgoto, a pesquisa revela que 12,99% dos moradores tinham apenas
sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno e 6,24% dos moradores não tinham banheiro ou sanitário.

Analfabetismo quilombola

Segundo dados da pesquisa, o analfabetismo entre quilombolas é  quase três vezes maior do que na população total do país.

A taxa de alfabetização da população quilombola com no mínimo 15 anos que vive dentro e fora de territórios delimitados é de 81,01%, já o índice de alfabetização da população total do país
nessa faixa etária chega a 93%.

Usando o recorte de gênero, as mulheres quilombolas apresentam uma taxa de alfabetização superior à dos homens quilombolas. O número de mulheres é de 82,89%, já o de homens é 79,11%.

Em relação às Grandes Regiões, as taxas de alfabetização mais elevadas da população quilombola foram registradas no Sul (89,96%), Norte (87,45%) e Centro-Oeste (86,56%). E as mais baixas estavam
no Nordeste (78,40%) e no Sudeste (85,32%).

Leia também: Censo 2022: dados revelam que no Brasil, 62% dos quilombolas vivem em área rural

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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