Segundo os dados da pesquisa “Child Penalty Atlas”, realizada por pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e da London School of Economics (LSE), no Reino Unido, que analisa o impacto dos filhos na presença no mercado de trabalho entre homens e mulheres em 134 países. As mães brasileiras são, em média, 37% mais atingidas do que os pais em termos da probabilidade de estarem trabalhando nos dez anos seguintes ao nascimento do primeiro filho.
Conforme o estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta sexta-feira (08), mulheres com crianças de até 6 anos de idade,, que exigem mais cuidados, têm mais dificuldade de conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho.
Apenas 56,6% das trabalhadoras de 25 a 54 anos que se enquadravam nesse perfil estavam empregadas em 2022. Nos casos em que não havia filhos, o nível de ocupação era de 66,2%. A dinâmica muda quando se compara com os homens, o nível de ocupação deles foi de 82,8% em 2022 entre os que não tinham menores em casa e 89% entre os que tinham crianças de até seis anos.
“As mulheres pretas ou pardas são as que menos participam do mercado de trabalho, as que mais estão dedicando horas a cuidados e afazeres domésticos e, por outros indicadores, vemos que são as que têm piores formas de inserção em termos de remuneração e qualidade de postos de trabalho”, diz a coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE, Barbara Cobo.
Entre as mulheres pretas ou pardas, ter crianças de até seis anos em casa pode ocasionar numa desigualdade ainda maior de acesso ao emprego, com uma diferença de 10,7 pontos percentuais apara as que não tem.