‘Lista suja’ do trabalho escravo no Brasil tem a maior atualização da história

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A “lista suja” publicada e atualizada na última semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), incluiu um número recorde de empregadores que submeteram trabalhadores a condições semelhantes à escravidão. Foram inseridos mais 204 novos empregadores, a maior atualização já registrada na história.

Assim, a lista que é atualizada duas vezes ao ano, agora possui 473 pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas). O estado de Minas Gerais foi o que mais somou registros, com 37 novos empregadores inclusos, e na sequência vem São Paulo com 32 empregadores, e depois o estado do Pará com 17 empregadores inseridos na lista.

A produção de carvão vegetal é a principal atividade econômica que leva ao trabalho análogo à escravidão, com 23 empregadores neste ramo. Depois, a criação de bovinos para corte possui 22 representantes na lista. Em seguida vem serviços domésticos (19), depois cultivo de café (12), e por último, a extração e britamento de pedras (11).

A produção de carvão vegetal é a principal atividade econômica que leva ao trabalho análogo à escravidão /Foto: Agência Brasil

A lista aponta que os 473 empregadores submeteram, ao todo, 3.773 trabalhadores a condições análogas à escravidão. Já o total de pessoas resgatadas nessas condições pela Inspeção do Trabalho no Brasil, desde 1995, chega a mais de 61 mil pessoas, conforme aponta o ministério.

Na primeira atualização da lista este ano, feita em abril, constavam 289 empregadores.

Entre as empresas recém inseridas, está a cervejaria Kaiser, ligada ao Grupo Heineken, no Brasil. Em nota, o grupo alegou que a inclusão da Cervejarias Kaiser acontece devido uma investigação do Ministério do Trabalho de 2021, quando o órgão constatou “infrações trabalhistas inaceitáveis cometidas por parte de uma de nossas prestadoras de serviços, a Transportadora Sider“.

“Na ocasião, que nos deixou perplexos, nos mobilizamos para prestar todo apoio aos trabalhadores envolvidos e para garantir que todos os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos prontamente”, informa o comunicado.

As denúncias contra trabalho escravo podem ser feitas de forma discreta no Sistema Ipê, criado em maio 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho. Confira a lista na íntegra

Leia também: Brasil bate recorde de vítimas de trabalho escravo resgatadas no campo, no 1º semestre de 2023

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