Brasil bate recorde de vítimas de trabalho escravo resgatadas no campo, no 1º semestre de 2023

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No primeiro semestre deste ano, foram resgatadas 1.408 pessoas em trabalho análogo à escravidão, no campo. Os dados são do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta terça-feira (10), que revela que esse número já é o maior registrado para o período, em 10 anos, e significa um aumento de 44% em relação ao mesmo período, em 2022.

O documento analisa notícias da imprensa, divulgações de órgãos públicos, movimentos sociais e organizações parceiras, e dados coletados por agentes da pastoral pelo Brasil. O período também registrou 102 casos, o maior dos últimos anos. Em 2017, foram registrados 27 casos e menor número de resgates: 144.

Homens são resgatados em situação semelhante a trabalho escravo em plantação de milho em Santa Bárbara de Goiás — Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação

Além de informações sobre os resgates de pessoas em situação análoga à escravidão, o relatório também deu detalhes sobre o confronto no campo, e revelou que as maiores vítimas são os povos indígenas, sendo 38,2%. Em seguida são os trabalhadores rurais sem terra (19,2%), os posseiros (14,1%) e os quilombolas (12,2%).

A população indígena também é a maior vítima de assassinatos na área (06, do total registrado).

Com o aumento da violência no campo – foram registrados 973 conflitos no 1º semestre deste ano – o relatório destaca que a maior parte deles, acontece por disputas por terra (714). Em seguida acontecem pelo trabalho escravo rural (102), conflitos pela água (80), ocupação e retomada de terras (71) e acampamentos (6).]

O aumento da violência contra as mulheres no campo, também faz parte da análise do relatório. Foram 94 registros em 2022, e107 em 2023.

Além disso, os danos causados por contaminação por agrotóxicos também estão no documento, registrando 327 pessoas atingidas pelo problema, no mesmo período, este ano.

Leia também: Polícia resgata mais duas pessoas de trabalho análogo à escravidão

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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