Jacob Blake, de 29 anos, é mais uma vítima do racismo e da violência policial nos Estados Unidos.
Por Victória Henrique
“Quero colocar minha mão na bochecha do meu filho e beijá-lo na testa, e então, vou ficar bem”. Essa afirmação é do pai de Jacob Blake, homem negro baleado no último domingo (23) com oito tiros nas costas por policiais brancos na cidade de Kenosha, em Wisconsin, nos Estados Unidos. Três filhos de Blake presenciaram a situação.
Blake está internado em estado grave e, segundo o seu pai, ele ficou paralisado da cintura para baixo. Os médicos ainda não sabem se as lesões serão permanentes ou não. Benjamin Crump, o advogado da família, disse que recebeu a informação de que o rapaz, de 29 anos, estava tentando evitar uma briga entre duas pessoas quando a polícia chegou ao local.
O vídeo filmado por moradores da região que mostra Blake sendo alvejado viralizou nas redes sociais nos últimos dias. Nas imagens, o homem caminha até o carro e, quando tenta entrar no veículo, tem a sua camisa puxada por um policial branco que, logo em seguida, realiza os disparos. Indignado com a situação, o pai é enfático ao dizer que “meu filho não tinha arma. Ele não tinha uma arma”.
Os policiais foram afastados, e o caso segue em investigação.
Protestos antirracistas
O caso provocou uma nova onda de protestos antirracistas nos Estados Unidos, que se iniciaram no país após o assassinato de George Floyd, também vítima da violência policial. Manifestantes saíram às ruas no estado de Wisconsin com palavras de ordem como “Sem justiça, não há paz!” e atearam fogo em carros e edifícios, denunciando a brutalidade cometida por policiais a Jacob Blake. O governo do estado solicitou o apoio da Guarda Nacional e decretou estado de emergência devido às manifestações.