Histórico: OMS anuncia que poliomielite é considerada erradicada na África

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Continente africano tentava conter a doença havia mais de 30 anos (Foto: Reprodução)

A poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, foi considerada erradicada na África, quatro anos depois dos últimos casos registrados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente nesta terça-feira (25) que o continente africano está isento do “poliovírus selvagem”, que provoca a doença. Segundo a OMS, mais de 1,8 milhões de crianças foram salvas. Apenas há uma década, a poliomielite paralisava 75.000 crianças por ano. O momento de erradicação é considerado histórico.

O anúncio por videoconferência contou com a presença do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, da diretora regional para África da OMS, Matshidiso Moeti, e de filantropos como Aliko Dangote e Bill Gates.

“Reunimo-nos para nos regozijarmos por um sucesso histórico na saúde pública. Este feito histórico só foi possível devido ao poder da parceria”, disse Tedros Adhanom, recordando o empenho de Nelson Mandela, que também se envolveu no combate da doença.

A poliomielite é uma doença infecciosa aguda e contagiosa que é mais comum em crianças – por isso, é conhecida como paralisia infantil -, mas também atinge adultos. O contágio ocorre por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes, estando relacionado às más condições de higiene e saneamento do ambiente. O desenvolvimento da doença pode gerar paralisia nos membros do corpo.

Uma em cada 200 infecções causa paralisia irreversível. Entre os acometidos, 5% a 10% das pessoas morrem quando seus músculos respiratórios ficam imobilizados.

A doença já foi um problema mundial, até a descoberta da vacina na década de 1950. Os países mais ricos tiveram acesso rápido à vacina, mas países da Ásia e da África continuaram a ser os principais focos infecciosos. No Brasil, o último caso foi registrado em 1989.

Ainda de acordo com a OMS, o trabalho de contenção da poliomielite na África fez com que os sistemas de saúde e programas de saúde pública do continente ficassem mais fortes devido aos investimentos feitos em imunização e vigilância de doenças. Atualmente, a vasta rede de funcionários treinados para a poliomielite e trabalhadores comunitários ajudam a proteger milhões de crianças de doenças evitáveis por vacinas, assim como ajudam às emergências de saúde, como a Covid-19.

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