Governo Bolsonaro censura EBC sobre notícias relacionadas ao assassinato no Carrefour

Bolsonaro-censura.jpg

O assassinato de João Alberto Silveira Freitas, em uma unidade do hipermercado Carrefour, em Porto Alegre, no dia 19 de novembro, foi ignorado de propósito pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Agência Brasil. As empresas públicas teriam sido orientadas a evitar a divulgação de notícias relativas ao caso, segundo informação publicada pelo colunista Guilherme Amado, da revista Época.

Segundo a Época, a ordem foi dada por escrito a funcionários da Agência Brasil no dia 20, dia seguinte ao assassinato.

No dia da Consciência Negra, uma dia após a morte de João Alberto, a maioria dos veículos de comunicação repercutia o caso. A Agência Brasil, entretanto, teve uma publicação por hora no Twitter – quatro sobre futebol, e uma sobre uma agenda positiva do Itamaraty.

Enquanto as empresas públicas de notícia se calavam por ordem do Governo Federal,o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o vice, Hamilton Mourão (PRTB), diziam publicamente que não existe racismo no Brasil e que “temos problemas muito mais complexos do que questões raciais”.

Está não é a primeira censura do atual governo nas empresas públicas de notícias. No ano passado o diretor de programação da TV Brasil, Vancarlos Alves, foi demitido após uma imagem de Marielle Franco, vereadora assassinada em abril de 2018, aparecer durante cinco segundos em um programa da TV Brasil. Duas semanas depois, a emissora publicou no YouTube uma nova edição, sem Marielle e programa acabou.

A utilização do termo ‘fuzilamento’ para citar a execução do músico Evaldo dos Santos Rosa, que teve o carro fuzilado pelo Exército com mais de 80 tiros de fuzis, no Rio de Janeiro, também foi expressamente proibida na EBC em abril de 2019.

Outros termos proibidos na EBC são “ditadura” e “golpe”. O órgão público deve se referir aos anos de chumbo como “regime militar” ou “período militar”.

Deixe uma resposta

scroll to top