Ex-defensora pública agride jornalistas após audiência por injúria racial

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Na última quinta-feira (17), a ex-defensora pública Cláudia Alvarim Barrozo, compareceu a 1ª Vara Criminal de Niterói para a audiência de instrução criminal por injúria racial contra dois entregadores. Ao sair do fórum, a ex-defensora pública e sua filha, Ana Cláudia Alvarim, agrediram jornalistas que cobriam o caso, atingindo o repórter da TV Globo, Érick Rianelli.

Foto: Reprodução/TV Globo

Enquanto pedia para que não filmassem sua mãe, a filha de Cláudia Alvarim deu um tapa no telefone que o jornalista usava. Ele também teve seu óculos danificados e o rosto ferido, com a agressão. A própria defensora pública aposentada, ao evitar que fosse filmada, também tentou atingir os profissionais, mas foi contida pelo seu advogado, Marcello Ramalho. Além de agressões físicas, mãe e filha também ofenderam verbalmente os demais jornalistas presentes.

Com o conflito, Cláudia Alvarim saiu com o advogado de defesa tentando tampar sua boca, mas ainda assim, a ex-defensora pública chegou a se jogar no chão e acabou derrubando uma placa do fórum. Além da confusão na saída do fórum, Ana Cláudia Alvarim também se envolveu em discussões com pessoas que passavam na rua, chamando a defensora pública aposentada de racista.

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Antes da confusão, a audiência foi suspensa após um pedido da defesa de Cláudia solicitar uma uma perícia técnica no vídeo que mostra a defensora pública aposentada chamando Jonathas Souza Mendonça e Eduardo Peçanha Marques de “macaco”, no condomínio da aposentada. O caso ocorreu em abril deste ano, em Niterói.

O Notícia Preta tentou contato com o advogado de defesa sobre as agressões contra os jornalistas, mas não tivemos resposta. Em nota, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro disse que repudia as agressões sofridas por profissionais da imprensa. “Ataques a jornalistas no exercício profissional configuram uma agressão à própria democracia e não podem ser normalizados”, afirma.

Ainda em nota, o órgão afirma que comprometeu-se com a sociedade fluminense, a partir da criação da COOPERA – Coordenação de Promoção de Equidade Racial -, uma instância de governança dedicada exclusivamente a combater a realidade do racismo institucional e semear um olhar antirracista na assistência jurídica. “Sabemos que temos um longo caminho a percorrer para a transformação da cultura institucional e para consolidar práticas antirracistas no acesso à justiça, mas seguiremos firmes na defesa da igualdade e justiça racial”.

Por fim, a instituição reforça o apoio aos profissionais. “A Defensoria também reafirma seu integral apoio e solidariedade aos entregadores vitimados por racismo, episódio que motivou a audiência desta quinta-feira, e reconhece o racismo institucional que permeia sua estruturação e funcionamento”, finaliza.

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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