O lugar do estudante é no centro da luta pela democracia

Por Jade Beatriz

No último dia 11 de agosto tive uma das maiores emoções da minha vida. Estive presente, assim como centenas de outros estudantes, na Universidade São Francisco, para acompanhar a leitura da Carta pelo Estado Democratico de Direito. Lá reunidos com diversos setores da sociedade, tive a certeza do protagonismo de todo jovem pelo futuro do Brasil. 

Nós estudantes, negros, periféricos, estamos diante dos maiores desafios da nossa geração: defender um projeto que nos dê perspectivas de futuro. É essencial que, como em todas as grandes lutas do nosso país, os estudantes precisam permanecer mobilizados pela resistência democrática.

De acordo com o TSE, 2 milhões de jovens tiraram o título de eleitor esse ano, o que demonstra o imenso engajamento da nossa juventude em ser atuantes na sociedade. Durante a forte mobilização que realizamos com a Campanha Se Liga, Hein, levamos também a conscientização sobre a integridade do nosso processo eleitoral, já que como uma organização que defende milhões de estudantes, temos o compromisso de zelar pelos valores democráticos, 

Desde 1996, quando o Brasil iniciou as votações por meio de urna eletrônica, não há qualquer menção ou histórico de fraudes, além de ser respeitado em todo mundo. Por isso, quando o presidente Jair Bolsonaro incita seus apoiadores, divulga fake news, sobre a legitimidade das urnas eletrônicas, seu objetivo, de fundo, é contestar um resultado que seja contra ele, gerando um acirramento da violência política e ameaças. 

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O caos que cria esconde um cenário de perdas sociais do seu governo: seja na saúde – na sua trágica condução na pandemia; na educação -com o desmonte, e aparelhamento ideológico do MEC; nos cortes da ciência e as “boiadas” ao meio ambiente, além da corrupção e falta de transparência, com o orçamento secreto, sigilos impostos às investigações e na perseguição política aos críticos do governo. 

Ainda sob os potentes efeitos do 11 de agosto, vamos estar nas ruas, redes, escolas construindo e defendendo a democracia, combatendo os discursos de ódio e a desinformação nesse processo eleitoral e também vigilantes para o próximo período.