Escola dos EUA, que carregava nome de general ligado à Ku Klux Klan, será rebatizada com nome de lenda negra do beisebol

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Hank Aaron atingiu o recorde de 755 home runs e lutou contra o racismo durante a carreira. Foto: Reuters/Andrew Kelly

Em ação contra o racismo, uma escola pública de Atlanta vai trocar o nome de líder confederado pelo do jogador lendário Hank Aaron

Hank Aaron atingiu o recorde de 755 home runs e lutou contra o racismo durante a carreira. Foto: Reuters/Andrew Kelly

O Conselho de Educação de Atlanta, no estado da Geórgia, aprovou a mudança do nome da escola pública Forrest Hill Academy. A notícia foi divulgada pelo jornal estadunidense The New York Times. Em votação unânime, ocorrida na última segunda-feira (12), foi decidido que a instituição, que homenageava o general confederado Nathan Bedford Forrest – também ligado à Ku Klux Klan – vai ser rebatizada com o nome Hank Aaron New Beginnings Academy. A ação visa incentivar a luta antirracista no país.

Hank Aaron morreu em janeiro deste ano mas deixou um legado na história do beisebol. O jogador atingiu o recorde de maior número de home runs por mais de três décadas. Ele manteve a marca de 755 até que Barry Bonds o superou em 2007. No entanto, o atleta sofria inúmeros ataques racistas e ameaças de morte por ser um homem negro. Sua carreira começou em ligas exclusivas para jogadores negros, devido ao período de segregação racial nos EUA. Ele jogou nos Braves, time de Milwaukee que se mudou para Atlanta, em quase todas as 23 temporadas que participou.

A alteração do nome da escola entrará em vigor ainda este ano. A ação faz parte de um conjunto de medidas antirracistas de retirada de monumentos, espaços públicos e memoriais que homenageiam pessoas ligadas ao racismo e escravidão nos EUA. Essa mobilização se intensificou após o episódio brutal de violência policial que resultou no assassinato do George Floyd, em maio do ano passado. De acordo com o Southern Poverty Law Center, organização defensora dos direitos humanos, só no ano passado, mais de 160 símbolos dos estados confederados foram removidos de espaços públicos ou renomeados após o ocorrido.

As estátuas de Cristóvão Colombo e monumentos de líderes confederados foram derrubadas no país. Em Portland, estátuas representando fundadores dos EUA, como George Washington e Thomas Jefferson, também foram ao chão. Essa onda de protestos antirracistas também eclodiu em diversos lugares do mundo. Um exemplo foi na cidade de Bristol, no Reino Unido, onde manifestantes derrubaram a estátua do traficante de escravos britânico Edward Colston.

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