Google homenageia Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do Brasil

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O Google Doodle desta sexta-feira (13) presta homenagem exclusiva à Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar em engenharia no Brasil. Hoje, comemora-se o 110º aniversário da pioneira que se tornou um símbolo do feminismo negro no país.

Nascida em 13 de janeiro de 1913, em Curitiba, no Paraná, Enedina Alves Marques trabalhou como babá, faxineira residencial e professora antes de se formar no curso de engenharia civil, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

O “Doodle” de hoje homenageia Enedina Alves – Foto: Reprodução/Google

Ainda jovem, ela se desdobrava para atender a múltiplas demandas. Segundo relatos da filha de um ex-patrão de Enedina, ela era fascinada pela engenharia, e por mais que a jornada de trabalho a desgastasse, ela nunca deixou de estudar.

Seus estudos foram parcialmente financiados pelo militar Domingos Nascimento Sobrinho, para quem ela e sua mãe, Virgília Alves Marques, prestaram serviços domésticos por cerca de 50 anos. A mãe de Enedina criou os filhos na residência do militar, seu abrigo após ter emigrado da zona rural em busca de condições de vida melhores.

Os pais de Enedina, Virgília e Paulo Marques, eram descendentes de pessoas que foram escravizadas e viveram antes do Decreto da abolição (Lei Áurea). A engenheira teve pouco contato com seu pai. Como a única filha mulher, acompanhava sua mãe não apenas no trabalho doméstico, mas também auxiliava nos cuidados com os irmãos.

Antes de ingressar na carreira de engenheira civil, Enedina passou pela Secretaria de Educação e Saúde do Estado do Paraná, onde atuou na rede pública de ensino, em 1932. Na época, a então professora passou por especializações no ramo educacional, onde ganhou destaque pelas notas sempre acima da média.

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Apesar de fazer um curso extensionista de engenharia no final da década de 1930, Enedina ingressou no curso de graduação de engenharia civil da UFPR em 1940. Durante a jornada acadêmica, Enedina sofria ataques constantes de racismo, ela foi perseguida e hostilizada por estudantes e professores da Universidade.

Sem justificativas, ela era reprovada, consecutivamente, nas mesmas disciplinas. Isso fez com que a engenheira concluísse o curso em seis anos. Em uma turma de 33 pessoas, Enedina era a única mulher e negra dentre os formandos do curso.

Assim que formada, iniciou a carreira na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas. Alguns anos depois, devido à excelência com que exercia a profissão, a engenheira foi transferida para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná.

Na Instituição, Enedina Alves Marques foi convocada para cargos de liderança em diversos trabalhos e construções de obras. Na década de 1950, após ser aprovada em concurso público, a engenheira ganhou ainda mais notoriedade por participar da Usina Capivari-Cachoeira, a construção da maior hidrelétrica subterrânea do Brasil.

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