Com a justificativa de combate ao racismo, Grupo Boticário extingue o termo “Black Friday”

grupo-boticario-extingue-termo-black-friday-com-a-justificativa-de-combate-ao-racismo-2.jpg

O CEO do grupo Boticário fez o anuncio público através de um artigo no LinkedIn

Imagem publicada como suporte ao texto do CEO

Nesta terça-feira (29), através do LinkedIn, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, anunciou que o termo “Black Friday” deixa de ser utilizado no grupo como parte de algumas ações de combate ao racismo. O grupo formado pelas marcas O Boticário, Eudora, quem disse, berenice?, Beautybox, Multi B, Vult e Beleza na Web, vai usar o termo “Beauty Week” nas ações promocionais.

Em um texto intitulado “O nosso adeus ao uso do termo Black Friday”, Artur Grynbaum explica que “há anos conversamos sobre a possível origem do termo “Black Friday”, sobre a ausência de dados científicos que comprovem que ele realmente não se relaciona à questão da escravatura. Então, respeitando os movimentos que sentem desconforto com o termo, decidimos parar de refletir e começar a agir – não teremos mais o termo Black Friday no Grupo Boticário.”

O Grupo Boticário é um dos maiores grupos de beleza do Brasil e do mundo, com cerca de 4 mil lojas, presença em outros 35 mil pontos de venda e é líder no varejo online de beleza, além de atuação em mais 15 países, segundo informações oficiais das empresas. O CEO do grupo ainda escreveu sobre outras ações antirracistas que são promovidas internamente.

“Estamos vivendo a jornada da busca da equidade racial e, para isso, criamos programas de desenvolvimento e mentoria para jovens negros, eliminamos barreiras para tornar nossos programas de estágio e trainee mais inclusivos, ampliamos a reflexão e construção de uma nova atmosfera em nossa rede franqueada, temos um Workshop de Equidade Racial para os colaboradores estudarem sobre como combater o racismo e o preconceito em todas as suas formas, além de muitas outras iniciativas. Essas são algumas das nossas ações quando pensamos nas nossas pessoas e em nossos compromissos públicos com relação à equidade racial”, explica Artur Grynbaum no artigo.

O gestor também aproveitou o momento para usar o termo “lugar de fala” e apontar que “todo o trabalho é realizado junto ao nosso grupo de afinidade ‘Além da Pele’ e o apoio de muitos especialistas”. Artur Grynbaum é dono de 20% do Grupo Boticário e genro do fundador da marca Boticário, Miguel Krigsner, que com 80% da marca acumula uma fortuna de US$ 3,2 bilhões, segundo ranking da revista Forbes de julho de 2020.

Grupo Boticário causa polêmica nas redes sociais

A escolha do grupo Boticário repercutiu nas redes sociais onde algumas pessoas questionaram a necessidade de mudança. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, afirmou que era “Mais uma empresa lacradora que perde o senso do ridículo.”

https://twitter.com/sergiodireita1/status/1311032317293494272

Deixe uma resposta

scroll to top