Nesta quarta-feira (09), o presidente Lula comunicou o recebimento da carta de Donald Trump que anuncia a imposição de taxa 50% sobre produtos brasileiros. A carta enviada ao palácio do planalto faz parte de uma sequência anunciada pelo republicano que também foi enviada a outras nações. O Brasil, no entanto, enfrenta a maior alíquota dentre os 22 países já notificados.
Especialistas especulam os desdobramentos e impactos na exportação de produtos, Para o Mestre em Economia, Felipe Nascimento, o aumento do custo pode fazer com que o Brasil adote um novo posicionamento no mercado em relação a outros produtores. “Enquanto exportador, a gente perde espaço nesse mercado e a gente precisa se realocar”, diz o mestre em economia em entrevista ao Notícia preta.

De imediato, a inflação já reage à medida e o dólar apresenta uma crescente o que, segundo Felipe, diz já ser esperado. “No curtíssimo prazo, o que a gente vai observar é um grande aumento de volatilidade, principalmente no câmbio. Isso é esperado porque aumenta o nível de incerteza e quando isso acontece, os agentes tendem a buscar segurança e, hoje ainda, o dólar é uma moeda que traz estabilidade e segurança”, analisa Felipe.
Ele explica também que a relação comercial entre brasileiros e americanos é de alta complexidade, visto que os produtos exportados pelo Brasil têm menos valor financeiro em relação ao que é importado dos EUA, como é o caso de produtos eletrônicos, por exemplo.
“Apesar de a gente importar em menos quantidade, a gente importa computadores, softwares e serviços que tem mais complexidade, ou seja, na balança comercial, o que a gente exporta tem menos valor em dinheiro do que a gente importa; faz com que a gente fique deficitário.” explicou.
Para Felipe, o cenário a longo prazo é de incerteza já que o Brasil, embora continue sendo um grande exportador global e abastecendo outros mercados, terá que se adequar ao novo cenário.
“O que se deve observar é que nossa exportação (Brasil), continua sendo de grande importância para a alimentação global e o que a gente deve acompanhar. Nada mudando no médio prazo, é esse comércio se redirecionando. Então, parceiros como China, Índia, até a depender como vai ocorrer esse novo acordo comercial entre União Européia e Mercosul. O que a gente deve observar é um novo redesenho de parceria global.” projetou.
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