‘O Brasil que a gente imagina’: agência lança site com produções audiovisuais de negros, LGBTQIA+ e indígenas

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Após três meses de aprendizado, participantes do Laboratório Permanente Afro-ameríndio — um dos cursos oferecidos pela agência GatoMídia — lançaram a campanha “O Brasil que a gente imagina”. O projeto tem como objetivo divulgar produções audiovisuais pensadas a partir de críticas sociais e estimular o debate sobre as vivências periféricas e LGBTQIA+ neste período histórico de eleições. Todas as artes estão disponíveis no site criado pelos próprios alunos para difundir país afora suas obras. 

Cena da produção “Pedido para Nanã” – Foto: Divulgação

Para conhecer todas as produções acesse a Playlist, clicando aqui.

Realizado entre junho e setembro, o projeto é fruto da formação de  jovens, entre 15 e 29 anos, moradores de periferias e zonas rurais de seis estados: Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Pará, Mato Grosso e Piauí. O foco do laboratório é ensinar como produzir narrativas audiovisuais, imersivas e tecnológicas, através do resgate da história afro-brasileira, além de aguçar o pensamento crítico sobre como a mídia pode ser um espaço de transformação social. 

A artista baiana Ianca Oliveiraproduziu uma colagem denominada “365 dias sem fome: a reformulação de uma nova perspectiva preta”. Ressignificando a camisa verde e amarela, ela explica que a arte propõe uma nova reconfiguração dos aparelhos comunicativos e visuais, protagonizado por mulheres e homens negros na tela do cinema, na TV e no Congresso Federal. A experiência no projeto, segundo ela, transformou sua perspectiva social.

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“Caminhei de mãos dadas com meus irmãos nesta imersão que transbordou afeto e acolhimento. Gratidão a todos que fizeram parte deste projeto tão potente. Que ele se perpetue nos imaginários das pessoas negras do agora, pois no futuro as perspectivas de realidades serão outras. Foi a experiência mais incrível que tive o prazer de participar”, relata Ianca.

Quadro de “365 dias sem fome” – Foto: Divulgação

De acordo com a fundadora da GatoMÍDIA, Thamyra Thâmara, a campanha “O Brasil que a gente imagina” busca expandir a participação popular e jovem na política através da arte, como forma de reivindicar direitos e as produções audiovisuais são uma das formas de manifestação.

“A formação em mídia é muito importante por estarmos inseridos numa sociedade midiática. E a nossa missão é mostrar que é possível usar essa ferramenta para construirmos o Brasil que a gente quer, que preza pelos mais marginalizados. Olhando para as nossas comunidades, meio ambiente e cultura, podemos escrever as principais necessidades e fazê-las serem ouvidas por meio da potência das redes. Por isso, depois de quatro anos de um governo difícil, queremos que o jovem esteja no presente pautando as mudanças do futuro”, explica Thamyra.

Produzido pela rede GatoMídia, o laboratório é voltado para o protagonismo da juventude negra, indígena e de populações tradicionais de todo o Brasil, engajados com reparação social, equidade de gênero, equidade socioeconômica e democracia. Entre os objetivos estão a possibilidade de potencializar a criação artística e política de comunicadores, cineastas, artistas e tecnólogos periféricos através da valorização da cultura, história e filosofia afro-ameríndia.

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