Justiça prende duas vezes músico inocente e demora 5 anos para corrigir o sistema

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Pela segunda vez, o músico Luiz Carlos da Costa Justino (26) foi preso por um crime que não cometeu pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Mesmo sendo reconhecido até pelos policiais que o prendem o nome de Luiz Carlos só foi retirado do sistema do Conselho Nacional de Justiça cinco anos depois e após a segunda prisão.

Ao ser abordado pelo Segurança Presente, o músico, integrante da Orquestra da Grota, foi conduzido ao 79º Distrito Policial (DP) de Niterói e posteriormente detido, mesmo alegando inocência. A apreensão de Luiz Carlos Justino, segundo os oficiais, foi decretada devido a um mandado de prisão que constava no sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.

Justiça alega que nome de Luiz Carlos foi retirado do sistema / Foto: Divulgação

A última prisão ocorreu durante uma blitz na noite da última segunda-feira (22), enquanto Luiz Carlos voltava de uma partida de futebol com os amigos.Uma medida só foi tomada mediante a posição do representante do músico. O nome de Luiz Carlos da Costa Justino foi retirado do sistema do Conselho Nacional de Justiça após seu advogado entrar com um pedido judicial à 2ª Vara Criminal de Niterói.

O mandado estava em aberto há pelo menos dois anos, período em que o músico foi preso por ser acusado de roubo à mão armada. Na época, em setembro de 2020, Justino ficou detido por cinco dias. A liberação do rapaz foi concedida após a repercussão do caso, que gerou revolta e manifestações pelas ruas e redes sociais. Sua inocência foi provada, mas o sistema militar o manteve como bandido.

A acusação, feita em 2017, se tratava de um assalto à mão armada ocorrido em Niterói (RJ). Três anos depois, também durante uma blitz no centro da cidade, o músico Luiz Carlos foi incriminado após reconhecimento por foto, embora alegasse inocência.

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Desde então, o músico sofre abordagens policiais. A violência é tão constante que Luiz Carlos passou a ser identificado apenas como “Justino” para a Polícia de Niterói. Em entrevista ao G1, o rapaz diz ter feito do sobrenome um escudo, a fim de comprovar sua inocência. Ao se apresentar, os militares o associavam à mesma pessoa que, a anos atrás, recebeu força e apoio de movimentos no país inteiro em defesa de sua inocência. Assim, por conta da repercussão do caso, ele era liberado.

Porém, a última abordagem não ocorreu da mesma maneira. E, mesmo afirmando absolvição pela Justiça do Rio desde 2020, Luiz Carlos foi detido por uma falha do sistema, que o mantinha como criminoso.

Ainda na entrevista, o músico Luiz Carlos da Costa Justino diz sentir receio em sair de casa.  O trauma o impede de andar na rua com a própria filha, pois as violências repentinas fazem com que o inocente tenha medo que algo venha a acontecer.

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