Antônio Carlos Bernardes Gomes, o multiartista Mussum, completaria 80 anos

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Nesta quarta-feira, dia 07 de abril, o multiartista Antônio Carlos Bernardes Gomes, popularmente conhecido como Mussum, completaria 80 anos. Mussum foi cantor, compositor, percussionista ator e humorista.

Se estivesse vivo, Mussum já teria sido vacinado contra a Covid-19 – Foto: Reprodução

Nascido no Morro da Cachoeirinha, na zona norte do Rio de Janeiro, filho de empregada doméstica, foi muito dedicado aos estudos, e ensinou a própria mãe a ler. Ao contrário do que pensam, Mussum era bastante responsável, tinha dois empregos e bebia apenas socialmente. Foi casado duas vezes e teve cinco filhos. De acordo com depoimentos para sua biografia, seus filhos nunca o viram bêbado. Tinha plena consciência da sua representatividade e importância para TV. Era um dos poucos negros a trabalhar na televisão entre as décadas de 70 e 80.

Mussum virou um dos humoristas mais queridos do Brasil. Sua atuação caricata, seu vocabulário próprio ainda hoje rendem boas piadas e risadas. Em 2013, a marca de roupa Reserva comprou o direito de imagem do trapalhão, estampando uma coleção inteira de camisetas com seus bordões e personagens.

Em homenagem aos 25 anos de sua morte, foi lançado um documentário sobre sua vida, o filme se aventura, ao mesmo tempo, pelo mito atemporal de Mussum e pela existência mundana do ator e músico. Em entrevista concedida pela diretora, a época do lançamento do documentário, Susanna Lira afirma que “ o sucesso de Mussum é tão presente, mesmo tanto tempo depois da sua morte devido a sua forma burlesca de driblar o sofrimento, as dificuldades e pobreza, era uma cara que levava a sério tudo que fazia e ao mesmo tempo fazia rir”

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Carlinhos Reco-reco


Mussun começou sua carreira artística com o grupo os 7 morenos, que viria a se tornar, nos anos 1960, os Originais do samba. Naquela época ele ainda era conhecido como Carlinhos Reco-reco. Foi Grande Otelo que o apelidou assim, Mussun, em referência ao peixe-cobra, típico dos rios da América do Sul, em alusão a sua forma de se esquivar de situações delicadas. O grupo se apresentou em vários países e um dos seus grandes sucessos, a música “Saudosa Maloca” é cantada por sambistas de todo Brasil. O Cantor e percussionista foi convidado por Chico Anysio para participar da Escolinha do Professor Raimundo, e lá foi incentivado a aprimorar sua marca humorística, e seu jeito de falar terminado em “is ou evis”.

Os Trapalhões


Foi convidado por Dedé Santana a integrar os Trapalhões em 1973. O quarteto formado por Didi Santana, Mussum, Dedé e Zacarias ficou na televisão por quase trinta anos, divertindo as crianças e os adultos das décadas de 80 e 90. Mesmo quem não viveu sua infância naquela época se diverte com as piadas de Mumu da Mangeira. O personagem tinha, como característica principal, o consumo de bebidas alcoólicas, em especial a cachaça, o famoso “mé”, muito arraigado no imaginário coletivo.
Os trapalhões gravaram 43 filmes, atualmente as piadas e diálogos do quarteto não caberiam, são consideradas racistas, mas na época ninguém via assim. Era tudo uma grande brincadeira.


Eita, Cacildis!


Na contra mão do estereótipo construído em torno de Mussum, Antônio Carlos – Mussum, foi cabo da Aeronáutica e serviu às Forças Armadas durante cerca de oito anos. No fim do ano passado, foi incluído na lista de personalidades negras homenageadas pela Fundação Palmares.

Mussum Forevis


Mussun deixou um legado para a televisão e música brasileira. É considerado por muitos o melhor trapalhão. Morreu em virtude de complicações decorrentes de um transplante de coração, em junho de 1994.

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