Com 85% dos leitos vazios, Hospital das Forças Armadas não atende civis

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O Brasil bateu, mais uma vez, recorde no número de mortes pela covid-19. Nesta terça-feira (06) foram confirmados 4.211 óbitos em todo o país, segundo dados do levantamento do consórcio de veículos de Imprensa. Essa é a primeira vez que o índice supera a casa de 4 mil. Mesmo diante deste cenário assustador, o Hospital das Forças Armadas tem até 85% das vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ociosas e não as disponibiliza para civis. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo e divulgada após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).

O TCU está investigando possíveis irregularidades por parte de Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha, que não ofertaram a civis leitos destinados a pacientes com Covid-19 em unidades militares de saúde. Essas unidades consumiram pelo menos R$ 2 bilhões do Orçamento da União em 2020, segundo auditoria do TCU.

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Hospital das Forças Armadas

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Segundo os auditores, os hospitais militares deveriam fazer convênios com o SUS para ampliar atendimentos à população durante essa fase mais crítica da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Ainda de acordo com o tribunal, a reserva de vagas a militares contraria princípios da dignidade humana e viola o dever constitucional do Estado de oferecer acesso à saúde de forma universal.

Em um mês, o Brasil dobrou o número de mortes em um dia pela covid. No dia 6 de março, o recorde da pandemia era de 1.840 vidas perdidas por dia. Quatro dias depois, registrou mais de 2.000 óbitos nas últimas 24 horas. Após duas semanas, em 23 de março, o país superou a marca de 3.000 mortes no mesmo dia. Com a progressão, o número total de mortes da pandemia é de 337.364.

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